We Talk promove 7ª edição com foco no oceano como eixo vital do clima global

Especialistas trataram da interdependência entre a humanidade e o oceano, alertando para a urgência da reconexão com os ciclos naturais

GABRIELA DE CASTRO
27/08/2025 15h37 - Atualizado há 6 horas

We Talk promove 7ª edição com foco no oceano como eixo vital do clima global
We Talk chega a 7ª edição com tema que reforça a importância do oceano para equilibro climático l Foto Eva Zaneti
No dia 20 de agosto, o Roca São Paulo Gallery foi palco da 7ª edição do We Talk, iniciativa promovida pela Fundação We Are Water em parceria com a ONG Visão Mundial. Com o tema “Tudo começa no oceano — e também termina nele”, o evento propôs uma reflexão sobre a importância do oceano não apenas como origem e destino do ciclo da água, mas também como o grande regulador climático do planeta.

O debate contou com as presenças da oceanógrafa Katharina Grisotti, do projeto Voz dos Oceanos, e do geólogo Everton de Oliveira, conhecido como Professor Água, que trouxeram perspectivas complementares sobre os desafios contemporâneos relacionados à água, à poluição e à preservação ambiental. Mais do que discutir problemas, a proposta foi estimular uma mudança de olhar e de atitude em relação ao recurso mais vital da Terra.


O We Talk tem como objetivo criar um espaço de diálogo que aproxima especialistas, organizações e sociedade em torno do uso consciente da água e das soluções sustentáveis que podem assegurar o equilíbrio para as próximas gerações. A parceria entre a We Are Water Foundation, que promove a preservação de recursos hídricos, e a Visão Mundial, que atua no cuidado de crianças afetadas pela escassez e pela poluição, reforça o conceito de sustentabilidade como compromisso coletivo.
 

Luiz Claudio deu início ao encontro com destaque para os perigos ocasionados pela presença de plástico no oceano l Foto Eva Zaneti
 
Abrindo a reflexão, Luiz Cláudio Pinto, diretor da Fundação We Are Water no Brasil, abordou o papel fundamental dos mares na regulação do clima, mas trouxe um ponto de atenção sobre o oceano, que também se torna um receptáculo de poluentes que a água carrega, vindos principalmente do continente. “A poluição visível, como o plástico, nos alerta, mas o maior perigo talvez seja o que não vemos, como microplásticos e outros contaminantes invisíveis. Eles já foram encontrados em nossos corpos, dos pulmões e sangue até a placenta humana. Isso mostra que o que descartamos nos rios termina no oceano e volta para nós, afetando a vida marinha e, principalmente, a nossa saúde”.
 
 

Katharina apresentou imagens de plásticos presentes em ilhas isoladas que são impactadas pelo lixo trazido pelas correntes marinhas l Foto Eva Zaneti
 
Na sequência, Katharina Grisotti trouxe um olhar sobre a questão ambiental como também uma crise de relação. “A humanidade se afastou dos ciclos naturais e deixou de se reconhecer como parte da natureza. Comunidades tradicionais, ao redor do mundo, nos mostram que é possível aplicar soluções baseadas na natureza para enfrentar desafios como a elevação do nível do mar. Precisamos reconstruir a noção de conexão — entre nós, com a água e com a Terra. A transformação nasce do reconhecimento dessa interdependência e da valorização das ações coletivas, mesmo as pequenas”.
 
 

Everton de Oliveira ampliou o debate reforçando o impacto de nossas ações no continente, como agravante nas mudanças no clima l Foto Eva Zaneti

Já o Professor Água alertou para os impactos da má gestão hídrica ao longo da história e para a necessidade de repensar práticas que agravam os desastres climáticos. “A vida começou nos oceanos, mas, por más escolhas, já transformamos regiões férteis em desertos. Hoje, enfrentamos tanto enchentes quanto secas, muitas vezes intensificadas por obras que aceleram o escoamento dos rios e destroem áreas naturais de contenção. O oceano recebe essa carga de desequilíbrios e devolve em forma de tempestades mais intensas e climas instáveis. Sem combater a poluição na origem e sem investir em revegetação e preservação, não haverá recuperação possível.”

Ao encerrar, os especialistas reforçaram que o oceano é mais do que um cenário, sendo o eixo vital da vida e do clima no planeta. A cada edição, o We Talk amplia a consciência sobre a interdependência entre pessoas, sociedade e natureza, convocando todos a repensar a relação com a água.


Sobre a Fundação We Are Water
A Fundação We Are Water é uma iniciativa da Roca, criada em 2010, com o objetivo de contribuir para a solução de problemas decorrentes da falta de água e saneamento em todo o mundo. São mais de 4 milhões de pessoas beneficiadas através de 109 projetos realizados em 40 países.
Em 2023 estabeleceu escritório no Brasil para acelerar iniciativas locais, onde, desde 2011, já atua, através de parcerias firmadas por projetos. Em 2025, a Fundação We Are Water foi reconhecida pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (CONSEMA) no seleto grupo de entidades ambientalistas listadas pelo estado.

Para mais informações: www.wearewater.org

Sobre a Visão Mundial
A World Vision, conhecida no Brasil como Visão Mundial, é uma organização humanitária cristã dedicada a trabalhar com crianças, famílias e suas comunidades para atingir todo o seu potencial, combatendo as causas da pobreza e da injustiça. A Visão Mundial serve a todas as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. A organização está no Brasil desde 1975 atuando por meio de programas e projetos nas áreas de proteção, educação, advocacy e emergência, priorizando crianças e adolescentes que vivem em situações de vulnerabilidade.

Sobre a Roca
Roca é uma multinacional espanhola especializada no design, fabricação e comercialização de produtos para banheiros, atendendo aos segmentos de arquitetura, construção e design de interiores. Fundada em 1917, em Barcelona, a empresa combina tradição e conhecimento com uma constante busca por inovação e respeito ao meio ambiente, visando atender às necessidades dos clientes e contribuir para o bem-estar da sociedade.

A sustentabilidade é um elemento central de sua filosofia, refletindo-se na implementação de práticas responsáveis em todos os processos de fabricação. A Roca dedica-se à redução do impacto ambiental por meio de inovações em eficiência energética e gestão de recursos naturais, alinhando suas operações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Este compromisso manifesta-se nas mais de 30 marcas que integram seu portfólio global, com presença em 170 países, e em suas 78 fábricas distribuídas mundialmente, empregando mais de 21.000 colaboradores.

A empresa familiar destaca-se como líder global em seu segmento e principal player em mercados como Europa, América Latina e Índia, mantendo também presença significativa na China, Ásia, Oriente Médio, Austrália e África.

www.br.roca.com/sobre-roca

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GABRIELA DE CASTRO MOREIRA LIMA
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