Estudo Alelo-Fipe aponta alta real no benefício alimentação e ganho de poder de compra no 2º trimestre

Levantamento mostra crescimento de 3,6% no valor médio do benefício alimentação e reforça a importância dos auxílios na renda mensal dos trabalhadores formais

DANILO FERNANDEZ
05/08/2025 15h45 - Atualizado há 3 horas

Estudo Alelo-Fipe aponta alta real no benefício alimentação e ganho de poder de compra no 2º trimestre
[Divulgação]

A Alelo, empresa especialista em benefícios, gestão de despesas corporativas e incentivos, líder de mercado, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apresenta os resultados do Panorama de Benefícios Brasil referente ao segundo trimestre de 2025. O estudo reúne dados inéditos sobre o valor médio dos benefícios Alelo Alimentação e Refeição, frequência de uso, poder de compra e contribuição para a renda do trabalhador. Entre os destaques, o valor médio do benefício alimentação apresentou alta real de 3,6% em 12 meses, permitindo cobrir 54,6% da cesta básica de referência — o maior percentual desde o início da série histórica. Já o benefício refeição, mesmo com leve queda no poder de compra, ainda é suficiente para custear cerca de 10 refeições mensais.

A seguir, são apresentados os destaques desta edição, considerando os resultados até junho de 2025:

  • Valor médio dos benefícios: no mês de referência (junho/2025), o valor médio do benefício alimentação foi de R$ 450,9, o que representou um incremento real (isto é, acima da inflação) de 3,6% em relação a junho de 2024. Comparativamente, nesse mesmo intervalo temporal, o valor médio do benefício refeição cresceu 0,8% em termos reais, para R$ 559,5 por mês. Sob o ponto de vista setorial, os maiores valores médios mensais para o benefício alimentação foram pagos a trabalhadores formais empregados em atividades econômicas ligadas à construção (R$ 534,4), serviços (R$ 477,2) e indústria (R$ R$ 438,2). Comparativamente, no caso da modalidade refeição, os maiores valores foram creditados para trabalhadores formais em atividades ligadas à construção (R$ 599,4), agropecuária (R$ 598,2) e indústria (R$ 596,5). Regionalmente, os maiores valores médios de alimentação foram observados no Distrito Federal (R$ 586,3), Espírito Santo (R$ 522,1), Paraná (R$ 505,0) e Santa Catarina (R$ 4578,1). Já no caso do benefício refeição, os patamares mais elevados se deram em: São Paulo (R$ 606,8), Tocantins (R$ 577,4), Distrito Federal (R$ 563,7) e Santa Catarina (R$ 557,2).
  • Gasto médio por transação: o valor médio gasto em transações com o benefício alimentação foi de R$ 99,8 em junho de 2025, o que corresponde a uma queda real de 4,3% em relação ao mesmo mês de 2024. No caso de refeição, houve um recuo real de 1,5% nos últimos 12 meses, para R$ 46,0. A redução no valor médio por transação pode ser reflexo de queda no consumo, preços menores dos produtos e serviços adquiridos e/ou pulverização dos gastos em mais compras de menor valor.
  • Duração média dos benefícios: considerando o prazo médio necessário para utilização integral do valor mensal recebido por trabalhadores formais, a duração média do benefício alimentação foi estimada em 14,2 dias corridos em junho de 2025, o que correspondeu a um recuo de 2,3% em 12 meses. Comparativamente, a duração média do benefício refeição foi de 22,5 dias corridos no último mês, prazo 3,7% inferior ao observado no mesmo período do ano passado. Embora essas flutuações não sejam significativas para padrões históricos, elas podem estar relacionadas a mudanças nos hábitos de consumo e na disposição a consumidor, refletindo, por sua vez, variações na renda, nos valores dos benefícios e nos preços de produtos e serviços que mais pesam no orçamento doméstico.
  • Intervalo médio entre usos dos benefícios: com base em informações de junho de 2025 sobre o gasto médio por transação, valor médio dos benefícios e duração média do saldo dos benefícios recebidos mensalmente pelos trabalhadores formais, o intervalo entre os usos do benefício alimentação foi estimado em 6,2 dias, o que representou uma discreta elevação de 1,8% em relação ao registro de junho de 2024 (6,1 dias). Comparativamente, a frequência de utilização do benefício refeição envolveu um espaçamento médio de 4,3 dias entre as transações efetuadas no último mês, o que corresponde a uma elevação de 6,7% em relação ao intervalo médio em junho de 2024 (4,0 dias). 
  • Valor da cesta básica: de acordo com oo Dieese, entre maio e junho, o valor da cesta básica recuou em 11 das 17 capitais acompanhadas, com destaque para: Aracaju (-3,84%), Belém (-2,39%), Goiânia (-1,90%), São Paulo (-1,49%) e Natal (-1,25%). Por outro lado, nos últimos 12 meses, quase todas as capitais exibiram alta no valor médio da cesta básica, contando com variações entre +1,73%, em Salvador, e +9,39%, em Recife.  Em junho de 2025, especificamente, São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 882,76), seguida por Florianópolis (R$ 867,83), Rio de Janeiro (R$ 843,27) e Porto Alegre (R$ 831,37). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 557,28), Salvador (R$ 623,85), João Pessoa (R$ 636,16) e Natal (R$ 636,95).
  • Valor da refeição completa: segundo dados pesquisados pela ABBT entre junho e maio de 2024 e atualizados pela Fipe com base no comportamento do IPCA/IBGE até junho de 2025, as capitais com os valores mais elevados da refeição completa incluíram: Florianópolis (R$ 66,4), Rio de Janeiro (R$ 64,3), São Paulo (R$ 63,6), Natal (R$ 59,2), Recife (R$ 59,1), entre outras. Em contraste, as capitais em que refeições completas custavam, em média, relativamente menos no país incluíram as seguintes: Teresina (R$ 38,4), Goiânia (R$ 39,5), Belo Horizonte (R$ 39,9), Belém (R$ 42,9), e Fortaleza (R$ 44,5).
  • Poder de compra dos benefícios: em junho de 2025, o valor médio do benefício alimentação era suficiente para arcar com 54,6% do valor médio de uma cesta básica de referência. Em relação ao mesmo período de 2024, esse percentual registrou um aumento de 2,2 pontos percentuais, representando um incremento no poder de compra desse benefício para os trabalhadores. Comparativamente, o valor médio do benefício refeição correspondeu a 45,7% do valor total das 22 refeições (parâmetro de referência para cálculo do benefício mensal pago aos trabalhadores formais), participação que exibiu um discreta retração em 12 meses (-0,2 ponto percentual). Como resultado, o valor médio do benefício refeição era suficiente para custear cerca de 10 refeições em junho de 2025 - ou aproximadamente uma refeição por dia útil durante duas semanas de trabalho.
  • Contribuição média do benefício na renda do trabalho: em termos comparativos, o valor médio do benefício alimentação em junho de 2025 (R$ 450,9) correspondeu a cerca de 14,3% do rendimento médio recebido mensalmente por trabalhadores empregados com carteira assinada no trimestre móvel encerrado em junho (R$ 3.151). Essa proporção cresceu marginalmente em 12 meses (+0,2 ponto percentual). Quanto à contribuição do benefício refeição (R$ 559,5), o valor mensal recebido pelos trabalhadores com carteira assinada correspondeu a 17,8% do rendimento mensal, o que representou uma discreta queda (-0,3 ponto percentual) em relação junho de 2024. Como resultado, o somatório dos dois benefícios representou até 32,1% da remuneração média mensal dos trabalhadores formais em junho de 2025 - quase um terço da renda habitual. Os dados reforçam o papel desempenhado pelos benefícios ligados ao PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) para custear a alimentação em domicílio e refeições fora de casa, ajudando a preservar o poder de compra do orçamento familiar diante de oscilações nos preços, especialmente de produtos e serviço essenciais. Além disso, a participação expressiva desses benefícios na renda reforça seu papel não apenas como instrumento de incentivo ao consumo, mas também como mecanismo indireto de proteção social, capaz de amortecer pressões inflacionárias sobre o orçamento dos trabalhadores de menor renda e contribuir para a estabilidade do consumo de alimentos e refeições fora do lar ao longo do mês.

ELABORAÇÃO: FIPE, A PARTIR DE DADOS DA ALELO, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, IBGE, DIEESE E ABBT. NOTAS: (*) VARIAÇÕES CALCULADAS EM TERMOS REAIS COM BASE NO IPCA (IBGE). (**): DEVIDO À AMOSTRA REDUZIDA, ALGUMAS UNIDADES FEDERATIVAS, ESTÃO SUJEITAS A MENOR REPRESENTATIVIDADE E MAIOR VOLATILIDADE NOS SEUS RESPECTIVOS INDICADORES.: ACRE, AMAPÁ, ALAGOAS, PIAUÍ, RONDÔNIA, RORAIMA, SERGIPE E TOCANTINS.




 


 

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DANILO FERNANDES RAMOS
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