Diante das transformações ambientais em curso, as ações de sustentabilidade têm se tornado cada vez mais importante em todos os setores. Na alimentação fora do lar, os resíduos mais volumosos, entre as embalagens, são o vidro, o plástico e o alumínio. A gestão destes pode ser feita das mais diversas maneiras, sendo uma das mais comuns a reciclagem das latas de alumínio, pelo seu valor agregado. Em 2024, 97,3% dessas latas comercializadas foram recicladas, segundo relatório da Recicla Latas.
Em um mundo dinâmico, alguns caminhos se mostram promissores. Por exemplo, um estudo da Abrasel em parceria com o Sebrae aponta que a gestão de resíduos pode ser um diferencial entre os negócios de alimentação fora do lar. Isso porque enquanto 76% dos clientes consideram importante que os estabelecimentos adotem práticas sustentáveis, apenas 49% implementam.
A participação das latas de alumínio
Nos últimos anos, surgiram novas bebidas enlatadas como drinks prontos, cachaças, energéticos, cervejas sem álcool, vinhos e espumantes. Segundo a Abralatas, o consumo de alumínio no Brasil cresceu 12% em 2023. Essa embalagem, além de prática e segura, é 100% reciclável, atende às demandas dos consumidores conscientes e contribui para a geração de renda para milhares de famílias de catadores.
O ciclo de vida das latinhas começa e termina na indústria de transformação, mas cada etapa é importante e a separação desse material no próprio bar ou restaurante contribui com o trabalho de catadores e cooperativas e agiliza o processo de reciclagem.
“A gestão de resíduos permite que o estabelecimento possa acompanhar indicadores importantes e aprimorar processos como compras, armazenamento e preparo, buscando a redução de desperdícios e de custos. A cadeia do alumínio é muito eficiente no Brasil e separar as embalagens para a reciclagem é um processo de fácil implementação nos bares e restaurantes. Isso também ajuda a posicionar melhor o negócio e a marca junto aos consumidores, que estão cada vez mais atentos a questões ligadas à sustentabilidade”, avalia a líder de ASG da Abrasel, Luiza Campos.
O exemplo do Mezmiz
Desde a abertura do restaurante Mezmiz, em Curitiba/PR, a sustentabilidade foi incorporada como prática natural no dia a dia da operação. “Para um restaurante, a gestão de resíduos é parte fundamental. Nossa gestão é organizada de forma criteriosa para reduzir impactos ambientais e dar destino correto a cada material”, afirma a sócia Valeska Berçani.
No Mezmiz, resíduos são separados ainda na cozinha e no salão. As latinhas vão para empresas que compram o material, os plásticos e os vidros são coletados por catadores locais, os orgânicos são destinados à compostagem e o óleo de cozinha é recolhido por parceiros especializados. Até esponjas de cozinha já contam com ponto de coleta específico.
As práticas não se limitam à reciclagem. O restaurante também valoriza fornecedores locais, elimina plásticos descartáveis sempre que possível, prioriza iluminação natural no salão, reutiliza água de chuva e investe em treinamentos para engajar a equipe.
“Os consumidores estão cada vez mais interessados por práticas sustentáveis. Muitos procuram restaurantes que vão além da boa gastronomia, valorizando marcas que assumem responsabilidades sociais e ambientais. Comunicando nossas práticas, reforçamos essa conexão com um público que deseja consumir de maneira mais consciente”, destaca Valeska.
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TATIANE RAQUEL FERREIRA RIBEIRO
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