Proteger identidades em vídeos de segurança: mascaramento, edição e anonimização
Descubra as diferenças entre técnicas de privacidade em videomonitoramento e saiba como aplicá-las para garantir conformidade legal e proteção de dados
RICARDO SYOZI
26/08/2025 10h45 - Atualizado há 6 horas
Genetec, Inc
Por Ueric Melo, Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Cibersegurança na Genetec Com a promulgação de leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa, a privacidade tornou-se, além de uma exigência legal, um aspecto estratégico para as empresas. Organizações que utilizam videomonitoramento, reconhecimento de placas ou sensores diversos precisam equilibrar a proteção do ambiente com o respeito à privacidade individual. A negligência nesse aspecto pode acarretar consequências severas.
O que é máscara de privacidade? O mascaramento de privacidade é um recurso em sistemas de videomonitoramento que oculta áreas específicas dentro do campo de visão das câmeras. Isso evita a exibição ou gravação de informações sensíveis, como rostos ou objetos privados, especialmente em locais com alta sensibilidade, como ambientes públicos, áreas residenciais ou instituições como penitenciárias. Neste sentido, temos dois tipos de máscara de privacidade:
- Estática: pode ser aplicada diretamente na câmera, oculta uma área fixa da imagem. Exemplo comum: cobrir o teclado de um caixa eletrônico;
- Dinâmica: utiliza inteligência para desfocar ou ocultar elementos em movimento, como pessoas ou veículos, mantendo o restante da imagem visível para os operadores.
A edição de vídeo é aplicada após a gravação, quando o conteúdo precisa ser compartilhado com terceiros. Nessa fase, elementos como rostos ou placas são desfocados ou ocultados para proteger identidades. Essa técnica é essencial em contextos jurídicos, auditorias ou compartilhamento público de imagens.
Diferente das máscaras aplicadas em tempo real, a edição ocorre na fase de exportação ou análise do vídeo. Um sistema de gerenciamento de evidências digitais (DEMS), como o Genetec Clearance™, pode automatizar esse processo, detectando rostos e agilizando o trabalho de anonimização com precisão e controle.
Privacy by design e o papel do mascaramento Adotar soluções desenvolvidas sob o princípio do “Privacy by Design” fortalece a conformidade com as legislações e melhora a segurança organizacional. Em videomonitoramento, é possível mascarar apenas uma parte do vídeo — por exemplo, cobrindo a entrada de um banheiro público — permitindo o monitoramento da área ao redor sem infringir a privacidade.
Esse tipo de funcionalidade garante que operadores acompanhem eventos em tempo real sem acesso a dados sensíveis, minimizando riscos legais e éticos — o que destaca a importância da anonimização real.
Algumas soluções apenas aplicam uma camada visual de máscara durante a visualização, mas mantêm o vídeo original desprotegido nas gravações . Isso representa um risco grave: se houver comprometimento dos dados gravados, as informações privadas podem ser acessadas.
A anonimização dinâmica resolve esse problema ao remover totalmente as identidades dos vídeos visualizados, armazenados e exportados, para os usuários sem privilégios suficientes para visualizá-los integralmente. Essa abordagem permite exportar apenas versões mascaradas dos vídeos, alinhadas aos requisitos legais.
Nos casos em que seja necessário acesso ao conteúdo original, um segundo stream de vídeo — criptografado e acessível apenas por usuários autorizados — pode ser utilizado. Esse modelo reduz a exposição de dados e garante um controle mais rigoroso sobre o uso e o compartilhamento das imagens.
Integre privacidade e segurança de forma estratégica Privacidade e segurança não são conceitos opostos, mas complementares. Com o uso adequado de máscaras de privacidade, edição pós-processamento e anonimização de vídeo, é possível garantir conformidade com as regulamentações e, ao mesmo tempo, manter a eficácia das operações de segurança física. Implementar essas práticas é essencial em um cenário onde a proteção de dados é cada vez mais valorizada — e exigida por lei.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
RICARDO KIYOSHI SYOZI
[email protected]