O mês de agosto traz um importante alerta para a saúde pública: a campanha Agosto Verde Claro convida toda a população a se conscientizar sobre os riscos da Leishmaniose, uma zoonose grave que afeta animais e humanos, e cujo avanço tem sido registrado em todo o Brasil — especialmente em regiões do interior de estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia.
Transmitida pela picada do mosquito-palha, a doença pode se manifestar em cães e humanos de forma silenciosa e agressiva. No caso dos pets, os sintomas vão desde feridas na pele e emagrecimento até problemas renais graves. Já nos humanos, a forma visceral é a mais perigosa, podendo provocar febre irregular, aumento do fígado e do baço, anemia e risco de morte se não for tratada a tempo.
“A Leishmaniose é uma das zoonoses mais preocupantes da atualidade. A população ainda desconhece os riscos reais da doença e a importância da prevenção. Por isso, o Agosto Verde Claro é uma oportunidade essencial para levar informação de qualidade às pessoas”, destaca Francis Flosi, médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas, referência nacional na formação de especialistas em Medicina Veterinária.
Expansão geográfica e riscos urbanos
Tradicionalmente associada a áreas rurais, a Leishmaniose tem avançado rapidamente para áreas urbanas, em parte devido ao desmatamento, urbanização desordenada e circulação de pessoas e animais entre regiões endêmicas e não endêmicas.
“A mudança no perfil geográfico da doença é alarmante. Rodovias como a Marechal Rondon, por exemplo, têm funcionado como eixos de disseminação. Animais infectados transitam entre cidades, favorecendo a propagação do parasita. É um problema que ultrapassa os limites da Medicina Veterinária e exige atuação integrada entre poder público, profissionais de saúde e sociedade civil”, reforça Francis Flosi.
Prevenção: responsabilidade compartilhada
Algumas medidas simples ajudam a reduzir significativamente o risco de contágio:
● Manter quintais e terrenos limpos, sem acúmulo de folhas ou matéria orgânica;Em humanos, o tratamento da Leishmaniose é oferecido gratuitamente pelo SUS. Já para cães, embora a doença não tenha cura definitiva, há protocolos que permitem controle clínico e qualidade de vida, desde que realizados com acompanhamento veterinário.
Um compromisso com a vida
Durante todo o mês de agosto, a campanha Agosto Verde Claro busca conscientizar tutores, profissionais da saúde e autoridades sobre a gravidade da Leishmaniose e a urgência de ações preventivas.
“Proteger os animais é também proteger os humanos. É hora de olhar com mais seriedade para essa zoonose e entender que a informação pode salvar vidas”, conclui Francis Flosi.
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DANIELA CHINIARA NUCCI
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