Evento discute impacto da Reforma Tributária sobre a Renda e seus efeitos na distribuição de dividendos e remuneração

Especialistas apresentam cenários, riscos e alternativas para que empresas mantenham competitividade diante das novas regras fiscais previstas para próximo ano

DAMARIS PEDRO
20/08/2025 15h09 - Atualizado há 1 dia

Evento discute impacto da Reforma Tributária sobre a Renda e seus efeitos na distribuição de dividendos e
Rafael Mantovani - advogado e associado da AHK.
A reforma da tributação sobre a renda, em discussão no Congresso Nacional, está prevista para ser implementada em janeiro de 2026 e promete mudar de forma significativa o cenário tributário das empresas e seus sócios. Entre as principais mudanças está a tributação dos dividendos distribuídos para sócios – hoje isentos –, alterações no pagamento de juros sobre capital próprio e ajustes na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), com ampliação da faixa de isenção.

Esse foi o tema do evento “Reforma Tributária sobre a Renda: o que muda para empresas e investidores”, realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná) no dia 14 de agosto de 2025, às 8h30, reunindo a indústria, advogados, contadores e especialistas da área fiscal.


Segundo Rafael Mantovani, tributarista do escritório Gaia, Silva e Gaede Advogados e coordenador do Comitê Tributário da AHK Paraná, as mudanças afetam todos os empresários, sócios e acionistas, pois alteram a tributação sobre a remuneração e tendem a aumentar a carga tributária sobre a renda. De acordo com dados da Receita Federal, cerca de 2,5 milhões de brasileiros receberam dividendos em 2022, somando mais de R$ 400 bilhões. Para o governo, a medida busca equilibrar a carga entre as faixas de renda, mas Mantovani alerta para possíveis efeitos. “Com a maior tributação do rendimento empresarial, é possível que investidores busquem outros investimentos de menor risco e carga tributária mais baixa, como fundos de investimento ou títulos públicos, deixando de investir em inovação ou melhorias no negócio”, explica.

O especialista lembra que o Brasil também precisa se adequar às exigências da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que, por meio do Pillar Two, estabelece um patamar mínimo global de 15% para a tributação de lucros de multinacionais. Essa adaptação, somada às mudanças internas, pode encarecer operações de empresas estrangeiras no país.

Mantovani destaca, que com a aprovação da legislação, os departamentos contábeis e fiscais se mobilizarão imediatamente, a fim de rever cálculos/projeções, pois os custos com tributação devem subir e as decisões de investimento poderão mudar. Ele reforça que é preciso agir agora: “Se a lei for sancionada até dezembro, já estará valendo em 1º de janeiro de 2026. É hora de se preparar e avaliar cenários”, finaliza.


Sobre a AHK Paraná - Estimular a economia de mercado por meio da promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos econômicos. Essa é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), entidade atualmente dirigida por Lourdes Manzanares, a primeira diretora mulher da AHK Paraná.    

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FONTE: Smartcom
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