Crescimento desproporcional, perda de dentes precoce e fraturas frequentes: quando sinais comuns escondem doenças ósseas na infância

Campanha nacional chama atenção para doenças osteometabólicas pediátricas e reforça a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações graves

RAFAELLA COUTO
06/08/2025 09h37 - Atualizado há 5 horas

Crescimento desproporcional, perda de dentes precoce e fraturas frequentes: quando sinais comuns escondem
Banco de Imagens

Nem sempre dores, fraqueza muscular ou alterações no crescimento infantil são apenas fases do desenvolvimento. Em muitos casos, podem ser sinais de doenças osteometabólicas pediátricas, um grupo de distúrbios que afetam a formação, estrutura e qualidade dos ossos, com potencial para comprometer seriamente o crescimento e a qualidade de vida das crianças. Para ampliar a conscientização sobre o tema, a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO) promove, no dia 12 de agosto, a Campanha   Nacional   de   Conscientização   das   Doença Osteometabólicas Pediátricas, com o lema: “Saúde Óssea Pediátrica: Prevenção e Tratamento desde a gestação até a juventude!”

Segundo o Dr. guido Colares, endocrinologista pediátrico e membro da ABRASSO, o grande desafio é justamente identificar precocemente essas doenças. “Os sinais costumam aparecer de forma sutil, com o  alterações  na  postura,  no  crescimento,  ou  na  marcha. Infelizmente, muitos desses sintomas são atribuídos ao ‘normal da infância', o que  retarda o diagnóstico e compromete o tratament o”, explica.

Entre os principais sinais de alerta estão deformidades ósseas como pernas tortas (genu varo ou valgo), arqueamento dos braços, alterações na coluna e no crânio, além de baixa estatura desproporcional e fraturas que ocorrem com traumas mínimos. Também merecem atenção alterações dentárias precoces, dor óssea persistente, hipercrescimento localizado e fraqueza muscular.

E, no meio das doenças genéticas mais conhecidas está a Osteogênese Imperfeita, que pode afetar 1 a cada 15 a 20 mil nascidos vivos, provocando fraturas recorrentes e deformidades graves. Outra condição relevante é a hipofosfatemia ligada ao X, que pode atingir Quatro a.cada 100.000 nascidos vivos,segundo estudos recentes, embora  os  sinais  muitas vezespassem despercebidos.

Já as doenças adquiridas, como a osteoporose induzida por glicocorticoides, são comuns em crianças com doenças crônicas. Em pacientes com distrofia muscular de Duchenne, por exemplo, a prevalência de fraturas pode ultrapassar 50%. Outro alerta importante  é a Doença Metabólica Óssea da Prematuridade, que pode afetar até 40% dos recém-nascidos com menos de 1.500g, reforçando a importância da triagem precoce em UTIs neonatais.

“Queremos chamar a atenção dos profissionais de saúde, das famílias e também dos gestores públicos. Muitas dessas doenças não são diagnosticadas porque não fazem parte do radar clínico. Com informação de qualidade, é possível identificar os sinais antes que o quadro se agrave”, destaca Dr. Colares.

Apesar de muitas vezes negligenciadas, essas condições exigem atenção especializada. “Diagnóstico precoce e intervenção oportuna fazem toda a diferença no desenvolvimento da criança. Quando tratadas a tempo, é possível reduzir complicações, evitar deformidades e melhorar muito a qualidade de vida”, conclui.

A campanha reforça que conscientizar é o primeiro passo para transformar a realidade de crianças afetadas por essas condições silenciosas, mas tratáveis.


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RAFAELLA COUTO GOMES
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