São Paulo, agosto de 2025 - O Papilomavírus Humano (HPV) é a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais comum do mundo. Cerca de 8 em cada 10 pessoas sexualmente ativas terão contato com o vírus em algum momento da vida. A transmissão acontece principalmente por contato direto entre pele ou mucosas, não apenas durante a relação sexual com penetração, o que inclui a possibilidade de autocontaminação.
A ginecologista Dra. Márcia Fuzaro Terra Cardial, presidente da ABPTGIC (Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia), relata que ainda existe muita desinformação sobre os reais riscos do HPV.
“Existe uma ideia limitada de que o HPV está relacionado apenas ao colo do útero. Mas a infecção pode afetar homens e mulheres, com consequências sérias em diferentes partes do corpo. Por isso, o cuidado precisa ser mais abrangente”, afirma a especialista.
Muitas vezes, o vírus permanece de forma silenciosa no organismo, sem causar sintomas imediatos, até evoluir para lesões mais graves. “É essencial manter o acompanhamento ginecológico em dia, realizar exames preventivos e considerar a vacinação como estratégia de proteção”, reforça.
Além do câncer de colo do útero, outros problemas de saúde associados ao HPV incluem:
Câncer de ânus – Com aumento de casos, especialmente entre homens que fazem sexo com homens e pessoas imunossuprimidas e as que tem HPV em outras áreas do organismo .
Câncer de orofaringe – Afeta boca e garganta, geralmente relacionado ao sexo oral sem proteção.
Câncer de vulva e vagina – Mais raros, mas relacionados a infecções persistentes por tipos de HPV de alto risco.
Verrugas genitais – Lesões visíveis, desconfortáveis altamente transmissível e recorrentes.
Lesões subclínicas – Não visíveis a olho nu, silenciosas, com potencial para se tornarem câncer. Diagnóstico é feito pelo exame ginecológico e colposcopia.
Lesões pré-cancerosas provocadas pelo HPV geralmente são detectadas em exames de rastreamento e tratadas antes de se tornarem malignas. A transmissão do vírus ocorre por contato direto com pele ou mucosa infectada, não necessariamente pela relação ou penetração.
“Em pessoas com imunidade comprometida, como pacientes com HIV ou transplantados, o risco de complicações é ainda maior, pois o organismo tem mais dificuldade para eliminar o vírus”, destaca a Dra. Márcia.
A especialista reforça ainda que a vacinação contra o HPV é a principal forma de prevenção. A vacina quadrivalente, que protege até quatro tipos de HPV, está disponível gratuitamente pelo SUS, já na rede privada, é possível tomar a vacina nonavalente, que protege até nove tipos de vírus. A imunização é indicada não somente para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, mas para pessoas adultas até 45 anos.
Embora o Papanicolau continue sendo uma ferramenta essencial, ele não detecta todas as lesões causadas pelo HPV. Por isso, exames complementares, como teste HPV, colposcopia e biópsia, são fundamentais para um diagnóstico precoce.
“Falar sobre HPV é falar de prevenção, autocuidado e saúde sexual responsável. Quanto mais cedo a pessoa buscar orientação médica, mais chance de evitar complicações. É um compromisso com o próprio corpo e com o outro”, finaliza a especialista.
Sobre a especialista
Dra. Marcia Fuzaro Terra Cardial, ginecologista, possui Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC (1986), Mestre em Medicina, Área de Concentração em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2001) e Doutorado em Medicina, Área de Concentração em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2008). Atualmente é Professora Assistente da Faculdade de Medicina do ABC. Professora Doutora da disciplina de ginecologia da FMACBC, CHEFE DO SETOR DE PTGI e colposcopia. Presidente Eleita da ABPTGIC e membro da CNE PTGI Febrasgo
Sobre a Clínica Terra Cardial
A Clínica Terra Cardial é liderada pela Dra. Márcia Fuzaro e pelo Dr. Caetano da Silva Cardial, especialistas em saúde feminina. A Dra. Márcia, graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC e doutora em tocoginecologia, é professora associada e chefe do setor de Patologia do Trato Genital Inferior e colposcopia, além de ser presidente da ABPTGIC. O Dr. Caetano, também graduado pela mesma instituição, é cirurgião oncológico e mastologista, mestre em tocoginecologia pela Santa Casa de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e membro do Conselho Nacional de Especialidades de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Ambos estão disponíveis para falar sobre temas como ginecologia, cirurgias ginecológicas, cirurgia oncológica feminina, inserção de DIUs hormonais, implantes contraceptivos e tratamentos a laser para saúde e estética íntima feminina.
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THUANI CRISTINA DOS SANTOS DAMACENO
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