No ritmo das rimas e no ambiente de escuta e criação coletiva, adolescentes em internação provisória e internação sanção da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, participaram de uma oficina de rap ministrada pelo coletivo Barroca Beat, no dia 18 de julho, no Centro de Atendimento Inicial e Provisório (CAIP) Jacarandá, em Franco da Rocha.
A atividade promoveu a aproximação dos jovens com a linguagem do rap como instrumento de expressão artística, construção de identidade e reflexão social. Ao longo da oficina, os participantes conheceram a história do gênero musical, suas raízes culturais e aprenderam técnicas de rima, métrica, escrita criativa e performance. Com temáticas como desigualdade, racismo, território, resistência e experiências pessoais, a iniciativa incentivou o pensamento crítico, o fortalecimento da autoestima e a valorização das trajetórias individuais dos adolescentes.
Além de promover o desenvolvimento emocional e intelectual, a atividade também apresentou aos jovens novas possibilidades de futuro. Ao conhecerem o processo criativo por trás das composições e vivenciarem a prática musical, os participantes puderam enxergar o rap não apenas como forma de expressão, mas também como uma potencial carreira profissional. A oficina mostrou que o talento e a voz de cada um podem ser transformados em projetos artísticos viáveis, seja na composição, na produção musical, na arte de se apresentar ou até mesmo na atuação em coletivos culturais.
Para o coordenador pedagógico do CAIP Jacarandá, Vagner Moreira Gomes, a proposta reforça a importância da arte no processo socioeducativo. "O rap é uma linguagem que fala diretamente com os jovens. Quando eles têm a oportunidade de se expressar por meio da arte, passam a enxergar suas histórias com mais dignidade e potencial. A oficina foi um momento de escuta e construção coletiva, que fortaleceu a identidade e o sentimento de pertencimento."
A oficina, ao unir cultura, juventude e cidadania, reforça o potencial da educação não formal como ferramenta de transformação social, respeitando as identidades dos adolescentes e promovendo espaços de escuta qualificada e desenvolvimento humano. A valorização de talentos individuais e o incentivo à profissionalização na área artística são elementos que contribuem para a ampliação de perspectivas e alternativas de reinserção social.
"A arte tem um papel fundamental na formação dos nossos adolescentes. Atividades como essa promovem a autonomia, o pensamento crítico e a valorização das diferentes formas de expressão cultural. É por meio dessas experiências que os jovens ampliam horizontes e constroem novos caminhos para o futuro. E, quando essa arte também aponta para uma oportunidade de carreira, reforçamos ainda mais nosso compromisso com a transformação e a inclusão", reforçou a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.
Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em:
https://fundacaocasa.sp.gov.br/.