AVC em jovens cresce no Brasil e acende alerta entre especialistas

Rede Brasil AVC destaca aumento de casos em pessoas de 18 a 45 anos  e reforça importância da prevenção e do diagnóstico precoce

VIVIANE BUCCI
01/08/2025 14h14 - Atualizado há 5 horas

AVC em jovens cresce no Brasil e acende alerta entre especialistas
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O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidade no mundo e a segunda de mortalidade no Brasil. Tradicionalmente associado à terceira idade, o problema tem atingido com frequência cada vez maior pessoas entre 18 e 45 anos. A Rede Brasil AVC faz um alerta urgente: os jovens também estão em risco, e muitos não sabem disso.

O AVC em jovens tem sido uma realidade cada vez mais comum nas emergências brasileiras. É um fenômeno preocupante, pois estamos falando de uma faixa etária que, muitas vezes, se considera imune a esse tipo de problema”, afirma a neurologista Dra. Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC e referência nacional no combate à doença.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de pessoas no mundo sofrem um AVC por ano — e aproximadamente 30% dos casos ocorrem em pessoas com menos de 45 anos. No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que essa tendência também se repete: nos últimos cinco anos, houve um aumento de mais de 20% nos casos de AVC em adultos jovens.

Entre as principais causas do AVC nessa faixa etária estão doenças cardíacas não diagnosticadas, uso de anticoncepcionais em combinação com tabagismo, histórico familiar, além de hipertensão, diabetes, colesterol alto e estilo de vida pouco saudável.

Os sintomas de um AVC podem ser facilmente reconhecidos — e a rapidez na resposta faz toda a diferença: a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, por exemplo, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Entre os sinais estão dormência em um dos lados do corpo, dificuldade para falar, visão turva, perda de equilíbrio ou coordenação, dor de cabeça súbita e muito intensa, acompanhada ou não de náuseas e vômitos.

O AVC em jovens tem consequências significativas. Além dos danos físicos e cognitivos, ele interfere diretamente na vida social e produtiva do paciente. “Uma pessoa de 30 anos que sofre um AVC pode ficar com sequelas que a impedem de trabalhar, estudar ou cuidar dos filhos. Isso impacta não apenas o indivíduo, mas toda a estrutura familiar e econômica ao seu redor”, ressalta a médica.

A Rede Brasil AVC reforça que mais de 80% dos AVCs podem ser evitados com mudanças de hábitos. Monitorar a pressão arterial, manter uma alimentação saudável, fazer atividade física regular, não fumar e evitar o uso de drogas e álcool em excesso são atitudes fundamentais.

Organização não governamental criada em 2008 com a finalidade de melhorar a assistência, educação e pesquisa sobre o AVC em todo o país. É formada por profissionais de diversas áreas que, unidos, lutam para diminuir o número de casos da doença, melhorar o atendimento pré-hospitalar e hospitalar ao paciente, melhorar a prevenção ao AVC e propiciar a reabilitação precoce e reintegração social. Mais informações pelo site: www.redebrasilavc.org.br


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VIVIANE SOARES BUCCI
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