O crescimento acelerado das deeptechs — startups baseadas em ciência de ponta e tecnologia — vem ganhando força. De acordo com a Boston Consulting Group, essas empresas já movimentam mais de US$ 200 bilhões por ano em investimentos globais, e têm ampliado sua presença em setores estratégicos como saúde, biotecnologia, energia e inteligência artificial. No Brasil, esse movimento ainda parece meio tímido, mas promissor.
Dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) mostram que o número de deeptechs no país dobrou entre 2018 e 2023. Segundo o relatório Deeptechs Brasil 2024, da Emerge Brasil em parceiro com o Cubo Itaú, são 875 no total, estando 55% delas localizadas no estado de São Paulo - demonstrando a importância de fomentos como o PIPE-FAPESP, por exemplo, no desenvolvimento desse tipo de iniciativa.
Nesse cenário de transformação, a Onkos, deep tech especializada em biologia molecular e inteligência artificial aplicadas à oncologia, acaba de conquistar um marco importante ao entrar no ranking Negócios em Expansão 2025, elaborado pela Exame em parceria com o BTG Pactual e a PwC Brasil. Com faturamento já superior a R$ 8 milhões e expectativa de crescer 50% ainda este ano, a empresa recebeu o reconhecimento por pontos-chave como crescimento acelerado, gestão eficiente e inovação.
“Essa conquista é um reflexo direto do trabalho de um time comprometido com a ciência, com a transformação da saúde e com o impacto positivo na vida dos pacientes”, afirma o Dr.Marcos Santos, CEO e fundador da Onkos. Santos, que também é pesquisador do A.C. Camargo, complementa: “em nosso país temos muitas soluções extremamente relevantes, que têm potencial para contribuir à sustentabilidade do setor de saúde. Estar no ranking da Exame é uma oportunidade de dar visibilidade ao ecossistema de deeptechs brasileiras, que muitas vezes operam longe dos holofotes, mas desenvolvem tecnologias de ponta que merecem ser conhecidas e valorizadas.”
A Onkos é hoje a única empresa brasileira — e uma das quatro no mundo — a oferecer testes moleculares voltados a tumores de cabeça e pescoço, especificamente falando de tireoide. As demais empresas que atuam nesse nicho são norte-americanas. Com sede em Ribeirão Preto, mas logística que atende não só o Brasil inteiro mas também o mundo todo, a Onkos se diferencia ao entregar diagnósticos mais precisos e contribuir com informações que podem nortear a conduta médica de forma mais personalizada em casos de câncer. Até o momento, seu teste molecular, o mir-THype full, já evitou mais de 4 mil cirurgias desnecessárias de tireoide, e poupou cerca de R$ 7 milhões da saúde suplementar.
“A saúde pública e privada do Brasil desembolsam pelo menos R$ 385 milhões todos os anos para a realização de cerca de 35 mil cirurgias diagnósticas de nódulos indeterminados de tireoide”, explica o cientista Marcos Santos. “Com a relevância que nosso trabalho conquista ao entrar para o ranking da Exame, temos a expectativa de avançar em nossa missão de democratizar o acesso ao diagnóstico de precisão, usando a ciência como aliada para transformar realidades, salvar tireoides (e a qualidade de vida de milhares de pessoas), e evitar o desperdícios”, conclui.
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GLEICE HELENA ARNEIRO COSTA
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