Gripe Aviária no Brasil: Veterinários na Linha de Frente Contra a Crise Sanitária

A confirmação de casos de influenza aviária H5N1 em granjas comerciais no Rio Grande do Sul acendeu o alerta sanitário nacional. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) declarou estado de emergência zoossanitária, e o Brasil agora precisa agir com rigor para conter a disseminação e preservar seu status sanitário internacional.

MARCELO MüLLER
20/05/2025 10h32 - Atualizado há 2 meses

Gripe Aviária no Brasil: Veterinários na Linha de Frente Contra a Crise Sanitária
Marcelo Müller
A influenza aviária H5N1 é um vírus altamente patogênico, que provoca alta mortalidade em aves silvestres e comerciais, causando sintomas graves e morte em questão de horas ou dias. Embora a transmissão para humanos seja rara, ela é possível — principalmente em contextos de exposição direta e sem proteção a aves infectadas ou seus resíduos.
“A gripe aviária é mais do que um problema da avicultura. É uma zoonose com potencial de impacto humano, econômico e ambiental profundo. Por isso, exige respostas rápidas, coordenadas e baseadas na ciência”, afirma Dr. Marcelo Müller.
Impactos já registrados

A doença afeta não apenas granjas, mas também a fauna silvestre. Casos recentes como a morte de cisnes em um zoológico de Sapucaia do Sul (RS) confirmam a circulação viral entre aves não comerciais. O governo federal, por meio do MAPA, já iniciou ações de contenção, como abate sanitário de aves em propriedades afetadas, isolamento das áreas e rastreamento de focos suspeitos.
As consequências econômicas também são graves. Diversos países — entre eles China, União Europeia e Argentina — suspenderam temporariamente a importação de produtos avícolas brasileiros. E enquanto alguns mantêm restrições apenas regionais (como Canadá e Coreia do Sul), o país só poderá recuperar o status internacional de zona livre da doença 28 dias após o último foco confirmado.
O risco à saúde humana
Desde 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 973 casos humanos de H5N1 no mundo, com 470 óbitos — uma taxa de letalidade de aproximadamente 48%. Felizmente, no Brasil, não há até o momento casos humanos registrados, mas a vigilância é essencial. Especialmente entre trabalhadores de granjas, criadores e profissionais de campo.
A infecção em humanos costuma ocorrer por contato direto com aves doentes ou superfícies contaminadas. Por isso, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e a biossegurança nas propriedades rurais são fundamentais para conter o avanço da zoonose.
O papel essencial dos médicos-veterinários
O protagonismo dos médicos-veterinários nesta crise é inquestionável. São eles os responsáveis pela detecção precoce da doença, diagnóstico laboratorial, orientação técnica nas granjas e execução dos protocolos de contenção. Além disso, atuam diretamente na proteção da saúde pública, prevenindo que surtos animais se tornem emergências humanas.
“O trabalho veterinário é, muitas vezes, silencioso, mas essencial. Somos os primeiros a identificar o problema e os últimos a deixarem o campo de batalha”, destaca Dr. Marcelo Müller. “Sem nós, o elo entre a saúde animal e a saúde humana se rompe — e aí o risco se espalha.”
A atuação veterinária é o eixo central da estratégia de saúde única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde dos animais, das pessoas e do meio ambiente.
Conclusão
A chegada da gripe aviária ao Brasil exige não apenas agilidade das autoridades, mas também valorização dos profissionais que estão na linha de frente dessa contenção: os médicos-veterinários. O país ainda pode evitar que a crise se torne uma tragédia maior — mas para isso, é fundamental unir ciência, biossegurança, comunicação transparente e apoio institucional.
“Proteger os animais é proteger as pessoas. E cuidar de ambos é missão da medicina veterinária moderna.”

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