O poder do silêncio: desacelerar a mente e reservar um tempo para si mesma pode transformar a saúde mental da mulher

Em meio à sobrecarga e à hiperconexão, aprender a silenciar é mais do que autocuidado — é um ato de presença, equilíbrio e reconexão com o essencial

Bendita Letra
23/07/2025 12h44 - Atualizado há 23 horas

O poder do silêncio: desacelerar a mente e reservar um tempo para si mesma pode transformar a saúde mental da
Arquivo Pessoal/Divulgação
 

Barulho. Exigências. Conexões constantes. No meio do corre-corre diário, muitas mulheres vivem no piloto automático, com a mente acelerada, o corpo exausto e o coração desconectado de si. Segundo a médica Jaqueline da Mata, com pós-graduação em psiquiatria e foco na saúde mental da mulher, essa hiperatividade mental pode levar ao adoecimento emocional. E o antídoto, muitas vezes, não está em fazer mais — mas sim em parar.

“O silêncio não é ausência. É presença. É no silêncio que a gente se escuta, identifica o que sente, processa nossas dores, reconhece desejos e dá espaço para o que realmente importa”, explica a especialista. Em um mundo que valoriza produtividade e desempenho, permitir-se pausar e entrar em silêncio pode parecer um luxo. Mas para Jaqueline, trata-se de uma urgência.

Desacelerar a mente é, antes de tudo, um gesto de autocuidado profundo. A prática pode incluir momentos simples de contemplação, respiração consciente, caminhadas solitárias, meditação, escrita silenciosa ou mesmo o hábito de ficar em silêncio intencional por alguns minutos do dia. O mais importante, segundo Jaqueline, é criar um espaço interno onde não seja necessário performar ou responder a estímulos externos. “O silêncio é um refúgio e também um portal. Ele permite acessar a sabedoria interna que vive abafada pelo excesso.”

Além do bem-estar emocional, estudos já mostram que o silêncio também tem impactos fisiológicos: ajuda a reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse), melhora a concentração, regula o sono e contribui para o equilíbrio do sistema nervoso.

Para as mulheres, esse hábito pode ser ainda mais transformador. “Somos constantemente demandadas — pela casa, pelo trabalho, pela família, pelas redes sociais. Mas quem cuida de tudo isso também precisa de um tempo para si. E o silêncio é esse lugar onde podemos existir sem demandas”, reforça Jaqueline.

A médica sugere três passos para quem deseja incorporar mais silêncio à rotina:

  • Comece pequeno: não precisa ser uma hora de meditação. Dois minutos de olhos fechados e respiração profunda já são um recomeço.
     
  • Crie rituais: ao acordar, antes de dormir ou em pausas do dia, encontre um momento para simplesmente se ouvir.
     
  • Desconecte-se para reconectar: reduza estímulos digitais ao menos uma parte do dia. O silêncio começa quando a distração termina.

Em um mundo barulhento, cultivar o silêncio é um ato de coragem e cuidado. “É ali que a mente repousa, a alma respira e a mulher reencontra sua força mais genuína: a de simplesmente ser”, concluí.


 

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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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FONTE: Dra. Jaqueline da Mata – médica com foco na saúde mental da mulher e pós-graduada em psiquiatria.
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