Como cuidar corretamente da saúde ocular desde a infância até a terceira idade

Oftalmologista do CEJAM orienta sobre a frequência ideal de exames em cada fase da vida, além de desmistificar crenças populares sobre a saúde dos olhos

DEUSARINA SANTANA
24/07/2025 10h20 - Atualizado há 14 horas

Como cuidar corretamente da saúde ocular desde a infância até a terceira idade
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São Paulo, julho de 2025 - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 285 milhões de pessoas no mundo apresentam algum grau de deficiência visual, sendo que de 60% a 80% dos casos​ poderiam ser evitados ou tratados com​ o diagnóstico precoce​.​  
 

Entre os sinais de alerta que indicam possíveis problemas de visão estão a perda súbita ou progressiva da acuidade visual (central ou periférica), áreas de sombra no campo visual, visão borrada, dificuldade de focar e distorção de imagens como linhas retas que parecem onduladas.  

 

Mesmo que a visão pareça normal, o paciente pode estar desenvolvendo uma doença ocular grave e silenciosa. O glaucoma é um exemplo clássico disso. Quando os sintomas surgem, muitas vezes o dano já é irreversível”, explica o oftalmologista Dr. Luiz Guilherme Caprio da AME Carapicuíba, unidade gerenciada pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a ​​Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP).​​ 
 

Segundo ele, para evitar complicações, é importante estar atento ​à​ frequência ideal dos exames oftalmológicos, que podem variar de acordo com a idade e fatores de risco. Para adultos sem sintomas, a American Academy of Ophthalmology recomenda avaliações completas a cada 5 a 10 anos antes dos 40 anos; a cada 2 a 4 anos dos 40 aos 54; de 1 a 3 anos entre os 55 e 64 anos; e anualmente ou a cada dois anos a partir dos 65 anos. “Pacientes com histórico familiar de glaucoma, diabetes ou prematuridade devem passar por consultas com maior regularidade​.​”​   
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O médico destaca que os cuidados precisam começar cedo, ainda na infância. “O exame do reflexo vermelho ao nascimento é indispensável. A partir daí, novas triagens são indicadas entre 6 meses e 1 ano, entre 3 e 5 anos e, depois, periodicamente até a adolescência. Os problemas mais comuns na infância são os erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo), a ambliopia, o popular ‘olho preguiçoso’ e o estrabismo.” 
 

O comportamento das crianças pode indicar dificuldades visuais​.​ ​Sinais ​como desinteresse por estímulos visuais, dificuldade para reconhecer rostos, olhar torto, evitar a luz ou não focar diretamente em objetos exigem atenção. “Muitas vezes, as crianças não conseguem expressar o que sentem. Por isso, é importante que os pais observem e que a triagem oftalmológica faça parte da rotina de cuidados desde cedo”, alerta o especialista. 
 

Outro fator é o uso excessivo de telas​.​ ​Embora​ não cause danos permanentes, pode provocar sintomas como olho seco, dor de cabeça e visão borrada. “Em crianças, o tempo prolongado em frente a dispositivos eletrônicos tem sido associado ao aumento da incidência de miopia, especialmente quando há pouca exposição à luz natural. A recomendação é limitar o uso de no máximo 1 a 2 horas diárias, principalmente nos primeiros anos de vida”, orienta. 
 

Já na terceira idade, manter a saúde ocular envolve uma série de cuidados, como consultas regulares, controle rigoroso de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão), alimentação equilibrada, uso de óculos escuros com proteção UV e adesão rigorosa aos tratamentos indicados para doenças já diagnosticadas. “A visão na terceira idade pode ser preservada com acompanhamento e mudanças simples no estilo de vida”, reforça o oftalmologista. 
 

Exames como a acuidade visual, tonometria, fundoscopia, avaliação do campo visual e da motilidade ocular são fundamentais para a detecção precoce de doenças. A alimentação também tem ​um​ papel importante. Nutrientes como luteína, zeaxantina, vitaminas A, C e E, ômega-3, zinco e fibras estão associados à menor incidência de catarata, DMRI e retinopatia diabética. Já dietas ricas em gorduras saturadas, açúcar e ultraprocessados tendem a agravar o risco de doenças visuais. 
 

Outro ponto que o médico ​ressalta​ são as variações sazonais. “No verão e no inverno, o cuidado com os olhos deve ser redobrado. Óculos com proteção UV 400 e chapéus de aba larga são aliados contra a radiação solar. Já em ambientes com ar-condicionado, deve-se manter a umidade do ar e usar colírios lubrificantes quando necessário. 
 
​​​Desmistificando​​ crenças populares 
Caprio também afirma que é fundamental apontar alguns mitos sobre a saúde dos olhos. “O principal deles é sobre o uso de óculos. Isso não é capaz de curar problemas de visão. Eles apenas corrigem a acuidade visual. E hábitos como ler com pouca luz ou assistir à TV de perto podem provocar cansaço ocular temporário, mas não causam danos permanentes à visão.​    
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Ele alerta ainda para a ideia equivocada de que a luz azul emitida por telas causa doenças oculares graves. Estudos internacionais, como o realizado pela Universidade de Melbourne, na Austrália, em parceria com pesquisadores da Universidade Monash e da Universidade de Londres, no Reino Unido, demonstraram que as lentes com filtro azul não têm eficácia comprovada na redução da fadiga ocular nem na prevenção de doenças oftalmológicas. 
 

Até mesmo práticas amplamente difundidas, como a “regra 20-20-20” que recomenda fazer pausas a cada 20 minutos olhando por 20 segundos para algo a 20 pés de distância carecem de respaldo científico consistente. No entanto, pausas regulares durante o uso prolongado de telas continuam sendo consideradas uma boa prática para o conforto visual, segundo o médico. 
 

Já o uso de colírios sem prescrição é um risco real à saúde dos olhos. “Corticoides, por exemplo, podem levar ao aumento da pressão intraocular, causar glaucoma ou agravar infecções. O uso de lentes de contato também exige acompanhamento profissional, pois o uso prolongado e a má higienização causam infecções graves, como a ceratite microbiana”, ​esclarece​ . 
 

“Cuidar da visão é uma atitude de prevenção que deve fazer parte da rotina, independentemente da idade ou da presença de sintomas. Com o avanço da medicina oftalmológica e a realização de exames periódicos, é possível preservar a qualidade da visão e evitar complicações que comprometem a saúde e o bem-estar ao longo da vida”, finaliza Dr. Luiz. 
 

 

Sobre o CEJAM     
O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos. 
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. 
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.  
No ano de 2025, a organização lança a campanha "365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade", reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).  
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