De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde há anos a ciência tem estudado as possíveis causas da endometriose, uma doença que afeta até 10% das mulheres em idade fértil em todo o mundo. Um estudo realizado há alguns anos pela Simon Fraser University (Canadá) trouxe dados relevantes sobre a origem da doença, relacionando a baixa produção do hormônio testosterona ao desenvolvimento da endometriose. A endometriose é uma doença inflamatória causada pela presença de tecido endometrial (tecido de revestimento interno do útero) fora da cavidade uterina, seja na pelve ou até mesmo fora dela. A doença causa ainda alterações na anatomia da pelve e distúrbio na ovulação, e é um dos principais fatores de infertilidade feminina. O tratamento varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente.
O estudo canadense apontou que as mulheres com a doença se desenvolveram em condições de testosterona relativamente baixa durante o período fetal em comparação com aquelas que não apresentam endometriose - ou seja, as participantes do estudo cujas mães tinham baixo nível desse hormônio desenvolveram a doença. Os pesquisadores consideram que o baixo nível do hormônio reflete diretamente no sistema reprodutivo das mulheres, que passa a manifestar os sinais da endometriose, como menarca precoce, ciclos menstruais curtos, alta sensibilidade à dor, inflamação e alteração dos hormônios da ovulação e ciclo menstrual.
“Devido a estudos como este é possível diagnosticar precocemente a doença. Outra vantagem será o monitoramento do nível de testosterona durante a gravidez, que contribuirá para novas possibilidades de tratamento. Ou seja, o avanço das pesquisas possibilita que o diagnóstico de endometriose e o tratamento hormonal ou medicamentoso sejam cada vez mais precoces”, explica a doutora em Engenharia Biomédica Izabelle Gindri, cientista, farmacêutica e cofundadora e CEO da bio meds Brasil, fabricante de implantes absorvíveis para tratamentos hormonais.
Tratamentos hormonais visam equilibrar os níveis de hormônios que estão em deficiência no organismo. Quando se fala em tratamentos com testosterona, a terapia hormonal com implantes subcutâneos, isto é, implantes que são depositados sob a pele da paciente, tem se demonstrado eficaz e segura há mais de 50 anos nos Estados Unidos e Europa.
Nesta via de administração, as substâncias são liberadas na corrente sanguínea de forma gradual e controlada desde o momento da implantação, podendo manter a terapia de reposição continuamente de 3 e 6 meses, sem nenhuma intervenção médica adicional. Dessa forma, os níveis hormonais podem ser mantidos dentro dos limites fisiológicos, sem a variação da dose que ocorre quando se tem que aplicar a substância de forma recorrente todos os dias ou semanalmente.
A aplicação dos implantes subcutâneos é um procedimento ambulatorial feito por profissionais médicos treinados e capacitados para uma implantação segura. Após a aplicação, não é necessário realizar a remoção dos implantes, pois eles são completamente absorvidos pelo organismo.
Como medir os níveis de testosterona em mulheres
A testosterona é medida com um exame de sangue. Vale ressaltar, todavia, que diferentes elementos podem interferir na sua dosagem, como horário da coleta, coleta após a refeição e a concomitância de doenças, como diabetes, que podem causar um desequilíbrio hormonal.
Também é importante destacar que, na mulher, não há consenso a respeito dos valores considerados normais para a dosagem de testosterona. Portanto, a dosagem deve ser cuidadosamente interpretada pelo médico a partir do contexto clínico da paciente.
“Para manter o equilíbrio hormonal de testosterona na mulher alguns aspectos naturais também são importantes, como a inclusão na alimentação diária de alguns nutrientes que estão envolvidos na produção desse hormônio no organismo. Assim, é recomendado consumir alimentos ricos em zinco, ômega 3, vitamina A e D, como nozes, sementes de girassol, ovos, cenoura, por exemplo. Além disso, é importante evitar o excesso de alimentos ricos em açúcar, assim como a soja e seus derivados, pois podem interferir na produção de testosterona. Também é importante evitar o estresse e dedicar tempo ao relaxamento e à prática regular de atividades físicas”, conclui a cientista Izabelle Gindri.
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ELAINE CECILIA NISHIWAKI
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