São Paulo: paraíso das aves

Mudanças Climáticas

Renato Nalini
10/10/2025 08h25 - Atualizado há 18 horas

São Paulo: paraíso das aves
Domínio Público
            O desmatamento atroz deixou a fauna silvestre sem refúgio e sem abrigo. Mas assim como o homem, para quem o hábito é uma segunda natureza, os animais vão se adaptando à selva de concreto e aço.
            Os moradores de São Paulo têm o privilégio de acordar com o canto dos sabiás e dos bem-te-vis. E a catalogação das aves de São Paulo mostra que a natureza tem sido generosa para com a maior cidade do Brasil.
            Pesquisadores da USP, do Instituto de Pesquisas Ambientais e da Universidade Paulista – UNESP, elaborou uma relação com 863 espécies de pássaros. Também relacionou 125 espécies ameaçadas de extinção e 20 outras já consideradas regionalmente extintas.

            É um estudo que deve incentivar a população a cuidar melhor dos pássaros. Em países mais adiantados, a observação de passarinhos é um exercício rotineiro para a cidadania que reconhece o valor de uma natureza preservada. São Paulo, embora seja a unidade federativa mais desenvolvida, ainda é habitat de 40% das espécies brasileiras. Em compensação, é o território que tem mais espécies extintas e ameaçadas.
            Não é preciso enfatizar que o adensamento populacional, a urbanização, o desmatamento, a utilização de espaços originalmente cobertos pela exuberante Mata Atlântica, vai convertendo em ambiente hostil aquele que era o adequado para o desenvolvimento das espécies silvestres nativas.
            Que essa relação e a ameaça de perda definitiva de espécies possa conscientizar a população, notadamente as novas gerações, que são vítimas desse desaparecimento que torna a natureza mais pobre.
            Não é suficiente reconhecer que a molecada contemporânea já não se utilize de estilingue, arma aparentemente inofensiva, mas que sacrificava pássaros e não deixava remorsos nos pequenos exterminadores do futuro. Para compensar, é preciso que haja movimentos coordenados de grupos, de entidades e de amigos da ecologia, para a restauração de florestas e para a edificação de morada acolhedora para os pássaros que insistem no desafio de permanência na mais complexa dentre as gigantescas conurbações mundiais.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

 

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LUCIANA FELDMAN
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