Hoje, dia 20 de setembro de 2025, colocamos a Pedra Fundamental para a troca do nome do Parque Linear do Córrego do Rio Verde para Parque Linear Francisco Rodan Pereira Chinito. Chinito, como era carinhosamente conhecido por todos.
Uma homenagem a esses dois irmãos maravilhosos de Itaquera, Chinito e Amaury. Dois irmãos muito próximos e sempre prontos a atender a todos.
Tudo foi pensado e feito com muito amor e carinho. Familiares presentes se sentiram acolhidos com as palavras do Padre Aramis, que fez uma oração, assim como a Pastora Neide, a quem Chinito sempre ligava pedindo uma oração. Como ele dizia: "a oração da Pastora me traz muita paz". Com seu olhar sempre atento para todos, a Pastora Neide também recebeu apoio, junto a outras famílias, no projeto de moradia do qual Chinito participava.
Corinthiano fiel e apaixonado por moda de viola, Chinito tinha suas paixões, entre elas saborear uma bela feijoada.
Os grandes avanços que vemos hoje em Itaquera foram conquistados com muita luta e perseverança. Muitas vezes atravessamos madrugadas em reuniões, buscando soluções para a questão social da região.
Uma grande lembrança foi a ocasião em que o Padre Rosalvino planejava deixar Itaquera. Chinito ficou à frente da elaboração de um documento e de um abaixo-assinado para lutar pela permanência do Padre na Obra.
Certa vez, lembro-me do Padre Rosalvino falando sobre a importância da continuação da Radial Leste até Guaianases. Diante disso, Chinito propôs a criação de uma comissão para conversar com o então governador Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente da República. O trecho a ser construído fazia parte da antiga via férrea da CPTM e necessitava da aprovação do governo para que a obra pudesse começar. Um dos atos emblemáticos dessa luta foi a caminhada coletiva entre a antiga Estação de Itaquera e Guaianases. Participaram professores da faculdade Unicastelo, que protestavam contra a falta de remuneração. Chinito também lutou pela permanência da instituição, hoje chamada UniBrasil.
Outro feito importante foi a luta pela construção da Estrada do Pêssego, que se tornou o viário Jacu Pêssego e a Nova Trabalhadores, inaugurados pelo então prefeito Paulo Maluf, a quem Amaury tinha profundo respeito e admiração.
Comerciantes e empreendedores de Itaquera sabem muito bem o quanto foi prejudicial a saída da antiga estação de trem e da Subprefeitura, que mudou de endereço e afastou o povo do centro comercial. Lutamos para que projetos fossem realizados e beneficiassem toda a comunidade. Moradores e comerciantes que sofriam com enchentes agora terão o piscinão, que trará mais tranquilidade a todos que lutaram por essa conquista.
O Hospital Santa Marcelina também recebeu atenção graças ao próprio Chinito, que conversou com o então Ministro da Saúde Adib Jatene, com o Ministro Saraiva Felipe, prefeitos e governadores. Irmã Tereza, grande amiga dos dois irmãos, não mediu esforços nem empenho para trazer benefícios ao hospital, que cresce cada vez mais na Zona Leste. Recentemente realizamos uma visita à irmã Rosane, presidente da instituição, que realiza um trabalho de excelência.
Falar sobre política e transformar palavras em ações era a vida de Chinito. Eu falava, ele ouvia; muitas vezes não concordava, mas respeitava a todos. Não tolerava desonestidade nem maldade com o próximo.
Chinito sempre citava Mahatma Gandhi: "quem não vive para servir, não serve para viver". Em seu escritório, localizado na Rua Ademir Roldan Pereira — nome do irmão —, atendia diariamente inúmeros pedidos de ajuda, dava orientações e fazia encaminhamentos. Um dia, por ser corinthiano de coração, fomos juntos ao estádio do Corinthians, ainda no terreno, para colocar a Pedra Fundamental, e hoje o povo de São Paulo, do Brasil e do mundo assiste aos jogos nesse local.
Em seu escritório, Chinito também recebia governadores, prefeitos, secretários, ministros, deputados, vereadores e candidatos, que gostavam de ouvi-lo e receber sua benção. Sempre lembrava: "nossa Itaquera precisa de atenção de verdade".
Chinito estava sempre disposto a ouvir, mas gostava muito de falar. Dessa paixão pela troca humana surgiu a frase que sempre repetia: "tem um ouvido para me ouvir?" Produtor cultural sensível, dizia a todos: "você é especial, filho, um artista é uma estrela". Empresário, comerciante e produtor cultural, Chinito promoveu shows com grandes nomes da música e ajudou a lançar e divulgar diversos artistas, tanto em Itaquera quanto em outras regiões. Roberto Leal esteve em Itaquera graças a Chinito, que trouxe também nomes como Tim Maia, Originais do Samba, Jamelão e Bezerra da Silva.
Em 2007, ele se prontificou com nosso grupo a realizar o primeiro manifesto cultural da periferia de São Paulo, em Itaquera. Vários artistas da cidade saíram do metrô Itaquera e caminharam até a praça central, celebrando cultura, direitos e diversidade. Nos últimos 12 anos, esteve à frente da Rádio Itaquera, no programa Palavra com o Presidente, onde entrevistava lideranças, especialistas, produtores culturais, políticos e pessoas comprometidas com o povo da região.
Neste sábado, 20 de setembro, companheira já em outro plano, filhos, netos, bisnetos e amigos que tiveram a alegria de conviver com esses dois homens puderam eternizar a memória desse legado gigante na Zona Leste e em Itaquera.
Obrigado por tudo, pai Chinito e Amaury.
Permaneceremos na luta, honrando o que fizeram e eternizando em nossas memórias o que aprendemos e vivemos com vocês.