Adelino Costa retorna ao palco com nova temporada de “Não Tem Meu Nome” no Teatro Arthur Azevedo

Abordando intolerância, identidade periférica e a noção de pertencimento, o espetáculo parte das vivências de infância e adolescência de Adelino Costa para evocar o silenciamento de comunidades subalternizadas e o desprezo embutido em uma falsa ideia de universalidade.

ANGELINA COLICCHIO BOSISIO
27/08/2025 10h15 - Atualizado há 5 horas

Adelino Costa retorna ao palco com nova temporada de “Não Tem Meu Nome” no Teatro Arthur Azevedo
Créditos: Arthur Santos

pós curta temporada no Cemitério de Automóveis, exibida para um público de aproximadamente duzentas pessoas, o espetáculo Não Tem Meu Nome, monólogo escrito, dirigido e interpretado por Adelino Costa criado a partir da leitura do romance O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório e Pertencimento: Uma Cultura do Lugar, de bell hooks faz temporada no Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca, São Paulo - SP, 03115-020) de 03 a 26 de outubro, sexta e sábado, 20h; e domingo, 18h. Na peça, ator e personagem se fundem em uma narrativa que propõe reflexões urgentes a respeito das relações sociais e, sobretudo, humanas. 

 

Ao longo do processo criativo, o artista resgatou memórias de sua infância e observou os desafios enfrentados pela população local, como barreiras sociais, econômicas e geográficas. Essa imersão resultou em personagens inspirados em amigos de infância e no próprio autor, que exploram como as comunidades subalternizadas se adaptam para se encaixar em uma sociedade predominantemente burguesa e branca. A dramaturgia questiona a suposta universalidade dessa visão de mundo e revela suas camadas de opressão.

 

A peça foi desenvolvida a partir da pesquisa de conclusão do curso de Pós-Graduação em Direção Teatral na FPA, sob orientação do Prof. Dr.Marcelo Soler. Adelino Costa, seu criador, é ator, produtor e diretor com mais de duas décadas de experiência nos palcos. A obra tem suas raízes na experiência pessoal de Adelino, que cresceu na COHAB de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre. 

 

"Se o espetáculo conseguir provocar no público 10% da reflexão que o processo me proporcionou, aposto que sairá tocado pela proposta", afirma Adelino. Para viabilizar a montagem, o artista contou com o apoio da Galeria Olido e da Braapa Escola de Atores. A encenação se estrutura em uma linguagem minimalista, onde o ator interage com objetos, luz e trilha sonora para construir a narrativa.

 

Algumas das outras referências teóricas e literárias citadas por Adelino na criação do espetáculo são Conceição Evaristo (Ponciá Vicêncio), Djamila Ribeiro (Pequeno Manual Antirracista), Chimamanda Ngozi Adichie (No Seu Pescoço), Itamar Vieira Júnior (Torto Arado), Cida Bento (O Pacto da Branquitude), Zygmunt Bauman (Identidade), Grada Kilomba (Memórias da Plantação) e Frantz Fanon (Pele Negra, Máscaras Brancas). Já na cinematografia, Adelino destaca os longas Marte Um, de Gabriel Martins, e o documentário A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo.

Sinopse

Em Não Tem Meu Nome, o público é recebido pelo ator e personagem que se fundem na narrativa. A partir de relatos de sua vivência como pessoa periférica na infância e adolescência, o performer apresenta uma dramaturgia que mistura ficção com elementos e fatos reais, trazendo questões como o silenciamento de comunidades subalternizadas por uma visão particular de mundo que mascara a violência, desprezo e crueldade por meio de uma ideia falsa de visão universal. O ator solitário no palco, utiliza-se de elementos narrativos para contar relatos que propõem uma reflexão urgente a respeito das relações sociais e, sobretudo, humanas. Colocadas todas as reflexões, ao fim, em um depoimento pessoal, revela-se a sua principal necessidade de criação desta obra.

 

Parte do epoimentos de Eliana Monteiro, diretora e cenógrafo do Teatro da Vertigem (assista na íntegra)

 

Uma das coisas que mais me move no meu trabalho é o depoimento pessoal. E essa peça é um depoimento pessoal, uma homenagem a lugares periféricos, que às vezes são tão difíceis de sair. Lugares que constituem a nossa vida, nossa história. (...) Eu acho essa peça incrível. Ela tem que rodar muito, porque é uma homenagem também a esses lugares ditos marginais por quem está no poder. (...) Eu acho que o Adelino está vencendo, não vencendo a periferia, mas fazendo a periferia entrar na burguesia, não esquecendo de onde saiu. Acabando, talvez, com o sabotador dele. Cada um vai lutando como pode. Essa peça tem que ter vida longa e eu estou muito impactada com ela


Sobre Adelino Costa

Pós-Graduado em Direção Teatral. Ator e produtor há 22 anos. Gaúcho radicado em São Paulo desde 2010. Integrou a Cia Teatro di Stravaganza, de Porto Alegre, entre 2007 e 2012.

Ao longo da carreira, dirigiu três espetáculos e atuou em mais de quinze produções. Em 2008, com a montagem de "A Comédia dos Erros", venceu a categoria de Melhor Espetáculo no Prêmio Braskem e também no Prêmio Açorianos de Teatro, nesse foi indicado como melhor ator coadjuvante e produtor.

Como produtor, contribuiu em três edições do Festival Internacional Porto Alegre Em Cena, onde teve oportunidade de trabalhar com grandes nomes do teatro mundial e nacional, como Ariane Mnouchkine, Bob Wilson, Peter Brook, Pina Bausch, Antunes Filho, Zé Celso e Grace Passô. Trabalhou ainda, em cinco edições da Feira do Livro de Porto Alegre, além das Produtoras Opus Promoções, Chaim Produções e Fixação Cultural. Em 2012, produziu a Ópera "Pelléas e Mélisande", direção de Ivacov Hillel, no Teatro Municipal de São Paulo.

Ficha Técnica

Atuação/direção/dramaturgia: Adelino Costa

Iluminação: Thatiana Moraes

Orientação coreográfica: Fefê Marques

Confecção figurinos: Paula Gascon

Operador de luz: Rafael Araújo 

Assessoria de imprensa: Pevi 56

Produção executiva: Natália Sanches e Adelino Costa

 

Serviço

Não Tem Meu Nome 

Temporada: 03 a 26 de outubro, sexta e sábado, 20h; e domingo, 18h.

Local: Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca, São Paulo - SP, 03115-020)

Duração: 90 minutos

Classificação: 16 anos

Capacidade: 50 lugares (Sala Multiuso)

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia). À venda pelo Sympla e na bilheteria, uma hora antes do espetáculo

 

Assessoria de Imprensa – Pevi 56

Angelina Colicchio – (11) 99299-2877

Diogo Locci – (11) 99906-0642

[email protected] [email protected]


 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ANGELINA COLICCHIO BOSISIO
[email protected]


FONTE: Crédito: Divulgação
Notícias Relacionadas »