Com uma memorável carreira nos palcos, no cinema e na TV, Miriam Mehler foi definida por seu biógrafo, Vilmar Ledesma, como uma “espécie de dicionário do teatro paulista”, em referência à importância da atriz para a cena cultural da capital. E, em seu aniversário de 90 anos, Miriam estreia Sob o Céu de Paris, escrito pela atriz e dramaturga Gabriela Rabello e dirigido por Gabriel Fontes Paiva, diretor de destaque na cena teatral, com produções consistentes como “Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante”, “Dominguinhos” e “Um Precipício no Mar”, indicado aos prêmios Shell e APTR de iluminação.
A peça dirigida por Gabriel Fontes Paiva (que também assina luz, ao lado de André Prado, e cenário) estreia no Itaú Cultural dia 4 de setembro e fica até dia 28 do mesmo mês. Ao lado da atriz veterana em cena estão Walter Breda, ator premiado, com mais de seis décadas de trajetória no teatro, rádio e TV, e Rosana Maris, conhecida por seu trabalho nas cinco temporadas da série Sintonia, da Netflix, e por seu solo musical Dolores, Minha Composição (2023). A trilha sonora é assinada por Chico Beltrão e o figurino é de Fábio Namatame.
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O que parecia apenas uma visita de uma neta aos avós em um feriado prolongado se transforma em acontecimentos importantes e revelações. A peça fala sobre a forma como somos transformados pelo tempo e lugar em que vivemos.
A peça conta a história de um casal (Miriam Mehler e Walter Breda) que, nos anos 1950, ganha um apartamento na região da Marechal Deodoro, então um endereço muito valorizado em São Paulo. Com o passar dos anos, a construção do Minhocão — símbolo da decadência urbana paulistana, construído por Paulo Maluf durante a ditadura militar — transformou a paisagem e a vida ao redor. A degradação do espaço físico acompanha também a trajetória íntima da família.. Durante o tempo em que o espetáculo acontece, os avós recebem a visita da neta (Rosana Maris), que tem muitos questionamentos e incertezas sobre sua história.
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Miriam Mehler é parte viva da própria história do teatro brasileiro. Estreou nos palcos com Eles Não Usam Black-Tie e passou pelos mais importantes grupos do país, como o TBC, o Teatro de Arena e o Teatro Oficina. Fundou seu próprio espaço, o Teatro Paiol, reafirmando seu compromisso com a cena artística nacional. Mesmo após décadas de carreira, segue em plena atividade, envolvida em projetos relevantes e premiados. Foi reconhecida com o Prêmio Shell, em 2016, por sua atuação em Fora do Mundo e, na sequência, recebeu o Prêmio Bibi Ferreira, em 2023, por A Herança, com direção de Marco Antônio Pâmio.
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Segundo o diretor Gabriel Fontes Paiva, “A peça fala de racismo estrutural, da decadência urbana e da ditadura militar — o Minhocão, por exemplo, foi construído por Paulo Maluf no auge da ditadura. É muito bonito poder contar essa história com três grandes atores, encabeçados por Miriam Mehler”, conclui.
Sobre Miriam Mehler - atriz
Formada pela Escola de Arte Dramática (EAD), em 1957, Miriam tem em sua longa carreira uma infinidade de espetáculos que marcaram a história da cena teatral paulista. Estreou em 1958, no Teatro de Arena com a peça ‘Eles não usam black-tie’, de Gianfrancesco Guarnieri, já recebendo o prêmio de revelação de atriz por sua interpretação nesta peça. Interpretou ao longo de seus 65 anos de carreira mais de 65 peças, 20 novelas e vários teleteatros, trabalhou nas mais importantes companhias de São Paulo, como Teatro Arena, TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), Teatro Oficina, recebendo vários prêmios. Em 1969, junto com Perry Salles construiu o Teatro Paiol, onde esteve à frente até 1979. Entre as peças mais importantes, vale citar ‘Um panorama visto da ponte’, de Arthur Miller; ‘De repente no verão passado’, de Tennessee Williams; ‘As feiticeiras de Salém’, de Arthur Miller; ‘Abelardo e Heloisa’, de Ronald Millar; ‘Quando as máquinas param’, de Plínio Marcos; ‘Pequenos Burgueses’, de Gorki; ‘Andorra’, de Max Frisch; ‘Bonitinha, mas ordinária’, de Nelson Rodrigues; ‘O diário de Anne Frank’, de F. Goodrich; ‘A herdeira’, Henry James; ‘Vidros Partidos’, de Arthur Miller; ‘Visão cega’, de Brian Friel; ‘Nossa vida em família’, Oduvaldo Vianna Filho, ‘Oscar e senhora rosa’, de Éric-Emmanuel Schmitt; ‘A última sessão’, de Odilon Wagner; ‘Fora do mundo’, de Analy Alvarez (Prêmio Shell de Melhor Atriz), ‘Romeu e Julieta’, de Shakespeare; e ‘A Herança’ (Prêmio Bibi Ferreira de Atriz Coadjuvante), de Matthew López. Na televisão, Miriam Mehler construiu uma trajetória marcante, participando de produções que se tornaram clássicos da teledramaturgia brasileira. Entre os trabalhos de destaque, estão novelas como Redenção, Paixão Proibida, A Cabana do Pai Thomás, O Direito de Nascer, Os Imigrantes, As Pupilas do Senhor Reitor, Fascinação e A Escrava Isaura. E, no cinema, também marcou sua ilustre presença em longas como Cidade Ameaçada (1960), O Bandido da Luz Vermelha (1968), A Cama ao Alcance de Todos (1969), Dôra Doralina (1982), Chega de saudade (2007), Entre Nós (2012), Cordialmente Teus (2022), entre outros. Ao longo de sua carreira, Miriam Mehler recebeu diversos prêmios por sua atuação e também por sua contribuição como produtora de espetáculos. Além dos palcos e das telas, dedicou-se à formação de novos artistas, ministrando cursos de iniciação teatral durante uma década.
Sobre Gabriela Rabello – Dramaturgia
Primeira mulher a receber o prêmio de Melhor Dramaturgia em Língua Portuguesa pelo Instituto Camões e Funarte em 2013 com a obra Luiz Gama ou O Diabo Coxo. É doutora pela ECA-USP, na área de Teoria e História do Teatro – Dramaturgia. Fez o curso de formação de atores da EAD - USP. Como atriz: participou dos espetáculos Os Náufragos do Louca Esperança do Théâtre du Soleil, em sua excursão pelo Brasil; em Pourquoi moi? da Arep Cie, espetáculo multi-linguagens criado na França e apresentado no Brasil, direção Emmanuelle Raynault; Interrogações, feito e dirigido por Yoshi Oida; Mau Encontro; A Última Sessão; Bella Ciao; Uma Lição Longe Demais, e inúmeros outros espetáculos. Na televisão: novelas Marissol, O Jogo do Amor, no SBT, diversos episódios de O Retrato Falado, na Globo, A Garota da Moto, seriado no SBT, e outros trabalhos em outras emissoras. No Cinema: seu primeiro filme, Ocor
rência n° 642/67 lhe deu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema Jornal do Brasil/Mesbla. Trabalhou também em Boleiros 2, Cara ou Coroa, Linha de Passe, De Passagem, Fios de Ovos, Invasores, O Espírito do Bosque, etc. Recebeu diversos prêmios, como atriz e como autora: Molière, Mambembe, APETESP, APCA,etc. Foi professora na Faculdade Mozarteum de São Paulo (Habilitação em Artes Cênicas), na ECA USP e na UNICAMP (profa convidada, cursos de Artes Cênicas), na pós-graduação da Faculdade São Judas (Artes Cênicas) e orientadora de inúmeras oficinas de teatro em todo o país. Publicou diversos livros pela FTD (Uma História Peloavesso e outras histórias, entre outros), pela Cia. das Letras (Tronodocrono, em parceria com José Rubens Siqueira), pela Ed. Mercuryo Jovem (O Jovem Lê e Faz Teatro e outros), pela Editora Córrego (O Grande Grito).
Sobre Gabriel Fontes Paiva - Direção, luz e cenário
Diretor e iluminador dos espetáculos teatrais “Dominguinhos – Isso aqui tá bom demais”, “Um Precipício No Mar” (indicado ao shell pela luz), “Neste Mundo Louco Nesta Noite Brilhante” (indicado ao prêmio APTR pela luz), “A Golondrina”, “Marte, Você Está Aı?́” e “Uma Espécie de Alasca”. Diretor artístico na Fontes Artes, Grupo 3 de Teatro e do Instituto do Teatro Brasileiro, idealizou e realizou mais de 80 projetos culturais de destaque fundamentados em pesquisas cênicas e construídos coletivamente com principais artistas do teatro e da música da atualidade. Concebe e dirige espetáculos de música como “Toda Quinta” e “Na Mira”. É curador, pesquisador e editor em projetos culturais de caráter documental, histórico e pedagógico, como as mostras “Murilo Rubião - O Reescritor Fantástico”, “Mostra Contemporânea de Arte Mineira” e a publicação “O Continente Negro”. Desde 2004, realiza os concertos do Projeto Memória Brasileira, ao lado de Myriam Taubkin. É coordenador pedagógico do programa PTAC (Práticas e Técnicas para as Artes Cênicas).
Sobre Rosana Maris - atriz
Formou-se em 2001 e, em mais de 20 anos de carreira tornou-se uma artista plural trabalhando em vários setores da arte; teatro, cinema, arte educação, locução, dublagem, contação de histórias, dramaturgia, mestre de cerimônias, treinamento de atores e produção geral. No teatro somam mais de 10 produções. No setor audiovisual teve sua estreia em 2017 e atualmente é a área onde mais desenvolve trabalhos como atriz. Nesses quase 10 anos de carreira audiovisual trabalhou no cinema, TV e nos principais canais de streamings em importantes e premiados longas e séries, somando mais de 20 participações. Seu trabalho de destaque são cinco temporadas da série “Sintonia” da Netflix. Em 2023, voltou aos palcos, com o solo musical “Dolores, Minha Composição”, espetáculo escrito, produzido e encenado pela artista, onde faz uma homenagem à grande compositora e cantora brasileira Dolores Duran. E para 2025/2026 tem as estreias previstas dos seguintes trabalhos já filmados: os longas-metragens “Love Kills”, com direção Luiza Shelling; “Família de Sorte”, com direção Viviane Ferreira; "O Filho de Mil Homens", de Valter Hugo Mãe, com roteiro adaptado e direção geral de Daniel Rezende; "Escola sem muros", com direção geral e roteiro de Cao Hambúrguer; e Sintonia, com direção de Johnny Araújo. E, nos streamings, estará nas séries “Wander”, com direção geral de André Ristum, na Max; e "Tremembé", com direção geral de Vera Egito, no Prime Vídeo.
Sobre Walter Breda - ator
Ator, dublador e produtor recifense, Walter Breda iniciou a carreira ainda na infância no final da década de 1950, atuando como radioator em vários programas da Rádio Clube do Recife. Tem uma sólida carreira nos palcos de São Paulo e Rio de Janeiro, tendo atuado em sucessos como Castro Alves Pede Passagem (1971–72), Mortos Sem Sepultura (1977–78), O Infalível Dr. Brochard (1983–84), A Capital Federal (1992), Mortos Sem Sepultura (1998), Jogos na Hora da Sesta (1998), Viva O Cordão Encarnado, Pippin, A Chegada De Lampião No Inferno, O Fantástico Reparador De Feridas, O Ensaio, As Três Irmãs, As Aves Da Noite e O Jardim Das Cerejeiras.
Sinopse:
O que parecia apenas uma visita de uma neta aos avós em um feriado prolongado se transforma em acontecimentos importantes e revelações. A peça fala sobre a forma como somos transformados pelo tempo e lugar em que vivemos.
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Ficha Técnica
Dramaturgia: Gabriela Rabello
Direção e cenário: Gabriel Fontes Paiva
Luz: Gabriel Fontes Paiva e André Prado
Elenco: Miriam Mehler, Walter Breda e Rosana Maris
Figurino: Fábio Namatame
Trilha Sonora: Chico Beltrão
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Serviço
Sob o Céu de Paris, de Gabriela Rabelo
No Itaú Cultural: Avenida Paulista, 149 – Bela Vista
De 4 a 28 de setembro (quinta-feira a sábado, às 20h, e domingos e feriados às 19h).
Sala Itaú Cultural (piso térreo)
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada gratuita. Reservas de ingressos a partir da terça-feira da semana da apresentação, a partir das 12h, na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
Em todas as sessões há interpretação em Libras.
PROTOCOLOS / Sala Itaú Cultural:
- É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após esse período, o ingresso será invalidado e disponibilizado na bilheteria.
- Se os ingressos estiverem esgotados, uma fila de espera presencial começará a ser formada 1 hora antes da atividade. Caso ocorra alguma desistência, os lugares vagos serão ocupados por ordem de chegada.
- O mezanino é liberado mediante ocupação total do piso térreo.
- A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar.
Devolução de ingresso:
Até duas horas antes do início da atividade, é possível cancelar o ingresso diretamente na página da Inti, assim outra pessoa poderá utilizá-lo. Na área do usuário, selecione a opção “Minhas compras” no menu lateral, escolha o evento e solicite o cancelamento no botão disponível.
ASSESSORIA DE IMPRENSA do espetáculo:
Pombo Correio Assessoria de Comunicação
Douglas Picchetti e Helô Cintra
(11) 9 9814-6911 | (11) 9 9402-8732
Rua Castro Alves, 457 - 32 | Aclimação - SP
[email protected] | [email protected]
www.pombocorreio.art.br
Pelo Itaú Cultural: ConteúdoInk
Larissa Corrêa: (11) 9 8139 9786
Júlia Rodrigues: (17) 9 8121-6411
Cristina R. Durán: (11) 9 8860 9188
Roberta Montanari: (11) 9 9967 3292
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DOUGLAS DE PAULA PICCHETTI
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