Entenda os níveis de suporte do autismo: guia para pais identificarem sinais e buscarem ajuda

Dados do Censo Demográfico 2022 revelam 2,4 milhões de brasileiros com diagnóstico de TEA. Conhecer os níveis de suporte é o primeiro passo para ação rápida

JúLIA BOZZETTO
25/08/2025 21h18 - Atualizado há 12 horas

Entenda os níveis de suporte do autismo: guia para pais identificarem sinais e buscarem ajuda
Divulgação

O Brasil identificou pela primeira vez, no Censo Demográfico 2022, 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa 1,2% da população. Os dados também apontam que a prevalência é maior entre homens (1,5%) do que entre mulheres (0,9%). Entre crianças de 5 a 9 anos, a taxa alcança 2,6%, sendo 3,8% entre meninos e 1,3% entre meninas.

Dentro desse cenário, compreender os níveis de suporte previstos pelo DSM-5 é fundamental para que pais e responsáveis possam identificar necessidades e buscar orientação profissional. Cada nível é definido pela intensidade de apoio necessário e pelos comportamentos característicos apresentados pela criança:

  • Nível 1: dificuldade em iniciar ou manter conversas, tendência ao isolamento em grupos, inflexibilidade em mudanças de rotina e interesses restritos. A criança consegue realizar atividades diárias, mas precisa de apoio para se organizar e interagir socialmente.
     
  • Nível 2: limitações mais evidentes na comunicação verbal e não verbal, resistência a mudanças de ambiente ou atividades, comportamentos repetitivos frequentes e maior dificuldade em adaptar-se a contextos sociais. Requer suporte consistente para atividades do dia a dia.
     
  • Nível 3: prejuízos significativos na comunicação, muitas vezes com pouco ou nenhum uso funcional da fala, resistência intensa a mudanças, comportamentos repetitivos de alta frequência e dificuldades marcantes em cuidados pessoais. É necessário suporte intenso e adaptações constantes no ambiente.
     

Para a neuropsicopedagoga Silvia Kelly Bosi, compreender essas diferenças ajuda a traçar caminhos de intervenção desde cedo. “Conhecer o nível de suporte auxilia famílias e profissionais a planejar estratégias adequadas e acompanhar a evolução da criança. Mas é importante ressaltar, esses níveis não devem ser vistos como rótulos, mas como uma forma de orientar a rotina, os estímulos e os cuidados oferecidos”, explica. 

O Censo 2022 também mostrou que, apesar do número expressivo de diagnósticos, ainda existem barreiras importantes, como a desigualdade no acesso à educação inclusiva e a falta de apoio especializado, especialmente entre adultos com TEA. “O diagnóstico aliado à compreensão do nível de suporte é o primeiro passo para garantir um desenvolvimento mais saudável. Observar os sinais, buscar avaliação especializada e agir de forma precoce faz toda a diferença no fortalecimento da comunicação, da autonomia e da interação social das crianças”, destaca.


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JÚLIA KLAUS BOZZETTO
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