Chocolate no inverno aquece mercado e indústria química
Executivo da Katrium explica como compostos químicos tornam o chocolate mais suave, solúvel e agradável ao paladar
HELOíSA PAIVA
17/08/2025 14h44 - Atualizado há 8 horas
Unsplash
Com temperaturas mais frias, um dos destaques do inverno é o aumento no consumo de chocolate. Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), divulgada pelo site da rádio Banda B, revela que o inverno responde por quase um terço da produção anual de chocolates. Em entrevista ao Valor Investe, Jaime Recena, presidente da ABICAB, afirmou que o ano de 2024 fechou com uma produção de 806 mil toneladas de chocolate. “Este ano, além dos ovos de chocolate, a indústria tem disponibilizado produtos complementares, com cerca de 800 opções – um aumento de 25% em relação ao ano anterior. A indústria tem diversificado suas receitas para oferecer produtos com preços acessíveis, além de opções mais elaboradas e de maior custo.” Na percepção do presidente da ABICAB, isso mostra que, seja desenvolvendo novos produtos ou adaptando os existentes, o setor está sempre atento às demandas do mercado. Em parceria com a Mondelez, a consultoria NielsenIQ revelou que o chocolate representa 25% da cesta de snacks, que inclui biscoitos, chocolates em barra e tabletes, cereais em barra, creme de chocolate, drops, pastilhas e caramelos, gomas de mascar, leite saborizado, leite fermentado, petit suisse, pipoca doce, salgadinhos, sobremesas lácteas e sorvetes. Segundo o mais recente relatório da Nasdaq, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) estimou que a produção global de cacau aumentará 7,8% neste ano, atingindo 4,84 milhões de toneladas na safra 2024/25. Informações da indústria californiana Santa Bárbara mostram que, antes de chegar aos consumidores, a produção de chocolate começa com a fermentação das amêndoas de cacau e passa por várias etapas. Entre elas, está o processo de alcalinização – que envolve o uso de agentes como carbonato de potássio (K₂CO₃) ou potassa cáustica (KOH), dependendo do método e da finalidade industrial. Os efeitos incluem redução da acidez, cor mais escura, sabor suavizado e maior solubilidade do cacau em bebidas ou receitas. De acordo com João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas (RJ), a potassa cáustica é um dos sais alcalinos mais utilizados na indústria nacional do chocolate para atingir o pH ideal. Segundo ele, controlar o tempo e a temperatura na alcalinização das amêndoas de cacau permite obter uma ampla gama de sabores e tonalidades. “As instalações de produção de potassa cáustica usam tecnologia de ponta e garantem um fornecimento confiável e sustentável para os mercados local e global.” Freitas destaca ainda a versatilidade da KOH. “Além da indústria do chocolate – com picos de consumo na Páscoa, no inverno e no Natal – a potassa cáustica é essencial para a indústria alimentícia em geral.” Segundo ele, além de estabilizante, espessante e regulador de pH no chocolate, o produto também está presente na produção de refrigerantes, sorvetes, café solúvel e suco de laranja concentrado. “Até mesmo as azeitonas pretas ficam menos amargas graças à KOH, que ajuda a neutralizar sabores indesejados.” Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
HELOÍSA HELENA PAIVA
[email protected]