IA acelera ataques cibernéticos e também expõe falhas humanas na segurança das empresas
Em meio ao aumento de ataques digitais com uso de IA, especialista da Veeam Software destaca os principais erros de percepção sobre cibersegurança e oferece recomendações práticas para mitigar riscos.
CAREN GODOY
06/08/2025 09h59 - Atualizado há 3 horas
Marcio de Freitas, System Engineer Manager na Veeam Software
Nos últimos anos, a digitalização acelerada e a popularização da inteligência artificial (IA) têm transformado a forma como empresas operam, criam, se conectam e protegem seus dados. No entanto, ao mesmo tempo em que novas tecnologias avançam, as ameaças também evoluem, e muitas vezes de forma mais rápida, coordenada e estratégica do que as defesas implementadas pelas organizações. O recente ataque cibernético que desviou aproximadamente R$ 1 bilhão de uma empresa que atua como intermediária no sistema financeiro brasileiro acendeu mais uma vez o alerta para a fragilidade das organizações diante de incidentes desse tipo. Embora o caso tenha ganhado destaque por seu impacto financeiro, ele escancara um ponto ainda mais crítico: a maior vulnerabilidade continua sendo humana. Segundo especialistas, o golpe foi viabilizado por meio de engenharia social e uso indevido de credenciais legítimas, sem necessidade de códigos complexos ou falhas técnicas sofisticadas. “Quando falamos de cibersegurança, precisamos parar de pensar apenas em ferramentas e começar a falar sobre cultura, estratégia e preparo coletivo. O crime digital age em rede. E enquanto muitos setores ainda operam de forma isolada, os cibercriminosos já entenderam o poder da coordenação e da especialização”, alerta Marcio de Freitas, System Engineer Manager na Veeam Software. O desafio, segundo ele, é que muitas empresas ainda subestimam o risco, ou superestimam sua capacidade de resposta. “Estudos mostram que 69% das organizações acreditavam estar preparadas para um ataque antes de serem vítimas. Após o incidente, esse número cai mais de 20 pontos. Isso revela um problema sério de percepção e uma falsa sensação de segurança.” Mesmo com o avanço da IA, que já está presente em áreas como diagnóstico médico, automação de residências, assistentes virtuais e até recomendações de plataformas de streaming e e-commerce, o uso seguro dessas soluções requer atenção redobrada. Segundo o Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial (ILIA 2024), Brasil, Chile e Uruguai lideram a adoção da tecnologia na região. Mas a disseminação rápida da IA também amplia a superfície de ataque, com novas brechas e possibilidades de manipulação. “Não se trata de temer a tecnologia, mas de usá-la com responsabilidade. Empresas precisam ter políticas claras de segurança, treinar seus colaboradores para identificar tentativas de phishing e engenharia social, testar seus planos de resposta e revisar constantemente seus processos”, explica Márcio. Para garantir uma postura mais resiliente frente às ameaças digitais, a Veeam Software recomenda: - Implementar estruturas como Zero Trust, que assumem que nenhuma interação é segura até prova em contrário;
- Realizar simulações periódicas de incidentes cibernéticos;
- Garantir que os backups estejam atualizados, íntegros e testados;
- Adotar autenticação multifator e práticas rígidas de controle de acesso;
- Estimular a colaboração entre áreas técnicas, jurídicas e de comunicação para atuação conjunta em crises.
“A pergunta não é mais ‘como evitar um ataque’, mas sim ‘como reagir quando ele acontecer’. E a resposta precisa ir além da tecnologia: envolve estratégia, capacitação e uma nova forma de enxergar a segurança como um esforço coletivo”, finaliza o especialista Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
CAREN GODOY DE FARIA
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