Com possível retorno aos jogos de videogame, clubes brasileiros ressaltam importância do licenciamento para exposição da marca

Rumor sobre licenciamento oficial no principal game de futebol anima fãs e reacende conexão dos clubes com torcedores do mundo gamer

JORNALISMO ESPORTIVO99
06/08/2025 15h06 - Atualizado há 3 horas

Com possível retorno aos jogos de videogame, clubes brasileiros ressaltam importância do licenciamento para
Rumor sobre licenciamento oficial no principal game de futebol anima fãs | Divulgação: Victor Silva/Botafogo
Os clubes brasileiros podem finalmente retornar com licenciamento completo ao principal simulador de futebol do planeta. Segundo informações divulgadas pelo perfil especializado fc25leaks, o EA Sports FC 26 — previsto para o segundo semestre de 2025 — pode marcar o fim de quase uma década de ausência do Brasileirão nos games oficiais da franquia.

Caso se confirme, será a primeira vez desde o FIFA 16 que os times nacionais estarão devidamente licenciados, com escudos, uniformes e elencos reais. Um retorno aguardado não só pelos torcedores, mas também por clubes, patrocinadores e fornecedores, atentos ao potencial de visibilidade e engajamento que os jogos eletrônicos oferecem.


Nas edições anteriores, a ausência dos clubes brasileiros foi causada pela complexidade da Lei Pelé, que exige autorização individual dos atletas para uso de imagem, diferente do que ocorre em outras ligas do mundo, onde é possível negociar diretamente com federações ou sindicatos de jogadores.

Agora, fontes como o insider FGZ News indicam que a EA Sports já teria fechado acordos com clubes integrantes da Liga Forte Futebol, como Cruzeiro, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma, Athletico-PR, Atlético-GO, Vasco, Internacional, Corinthians, Botafogo e Fluminense. A presença de equipes da Série B, abre espaço também para a discussão de uma possível inclusão de múltiplas divisões no jogo.

Visibilidade global e impacto comercial

O retorno dos clubes brasileiros ao EAFC não é apenas simbólico. Segundo dados da SPORTFIVE, a franquia EA FC/FIFA conta com mais de 200 milhões de jogadores em 200 países e registra 17 bilhões de partidas jogadas por ano. Além disso, 62 milhões de pessoas no mundo afirmam ter se tornado fãs de futebol após jogarem os games da EA, de acordo com levantamento publicado pela Forbes.

Para Alexandre Mota, Diretor Criativo da End to End, especializada em soluções e engajamento esportivo, o impacto vai muito além do entretenimento. “O retorno do Brasileirão representa uma enorme oportunidade de internacionalização e de conexão direta com as novas gerações de torcedores digitais. Se, em vez de esperar que a presença no jogo traga benefícios por si só, os clubes ativarem suas marcas, o impacto comercial pode ser gigantesco, especialmente em ações de licenciamento, parcerias com patrocinadores e presença global das equipes.”

A presença nos jogos também tem se mostrado valiosa para fornecedores. Para Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, fornecedora de materiais esportivos do Fortaleza,  a exposição nos videogames amplia a relevância da marca. “Quando a camisa de um clube aparece num jogo, ela vai parar na casa de milhões de pessoas. Isso mostra que estamos conectados com o universo do futebol e da cultura gamer. Fortalece o projeto como um todo”, destaca.

Um outro ponto de destaque é o impacto direto nas vendas de produtos oficiais licenciados que essa visibilidade reflete ao redor do mundo. “Ver a camisa do seu time no game cria identificação, orgulho, e isso impacta na vontade de ter aquela peça também na vida real. Estar nesses jogos ajuda a transformar a marca em algo desejado”, completa Kleimmann.

Fortalecimento digital

Um dos clubes que aparecem entre os possíveis licenciados, o Juventude acredita que a inclusão no jogo pode fortalecer sua marca globalmente. “A presença no EA é importante para o posicionamento do Juventude no cenário internacional. Reforça a visibilidade institucional, amplia o alcance da nossa identidade e agrega valor às nossas propriedades comerciais”, afirma Bruno Zaballa, vice-presidente de marketing do clube.

Se tratando da visibilidade para marcas e patrocinadores, Thales Mafia, gerente de marketing da Multimarcas Consórcios, destaca o universo gamer como uma vitrine estratégica. “Ver os logotipos nas camisas virtuais, usadas por milhões de jogadores, amplia a percepção da marca em escala global. Isso não é apenas publicidade, é integrar a marca à cultura e à paixão do torcedor no mundo inteiro”.

Com a expectativa de acordos legais mais bem estruturados e maior interesse das partes envolvidas, o EA Sports FC 26 pode marcar o início de uma nova era para os clubes brasileiros no universo dos games. Mais do que nostalgia, a presença nos gramados virtuais representa engajamento com a geração mais nova, fortalecimento de marca e acesso a um mercado global altamente conectado. “Nossa legislação foi baseada em um conflito que surgiu mais de quarenta anos atrás por conta de um álbum de cromos, e elaborada por pessoas que só tinham olhos para o passado, pessoas que não tinham noção alguma de como os avanços da tecnologia iriam impactar as relações de negócio no esporte. Não bastasse essa restrição, tivemos a maioria absoluta dos nossos clubes administrados como prefeituras, sem qualquer preocupação de longo prazo, e por vezes, com negócios que seriam interessantes no longo prazo descartados por gestores que não desejavam que outros se beneficiassem desses acordos, alegando, nesse caso, valores irrisórios para não licenciarem as marcas dos clubes.” , destaca Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.
 

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MATHEUS FIGUEIREDO MARQUES
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