Entre os dias 23 e 27 de julho, São João da Boa Vista foi palco de mais uma edição do Festival Assad, que se consolida a cada ano como um dos mais importantes encontros de música instrumental do país. Com mais de 2.5 mil participantes, o evento combinou apresentações artísticas, oficinas e masterclasses, promovendo a formação de jovens músicos e o acesso a experiências musicais de excelência.
Em 2025, o Festival celebrou os 60 anos de carreira do icônico Duo Assad e os 35 anos de trajetória da cantora, violonista e compositora Badi Assad. A programação contou com oito shows, cinco oficinas e três masterclasses conduzidas por nomes consagrados da música brasileira.
Um dos momentos mais marcantes foi a apresentação dos alunos das masterclasses, que subiram ao palco do Theatro Municipal para mostrar o resultado do aprendizado. A diretora do festival, Fafá Noronha, emocionou-se ao comentar o encerramento: “Ninguém faz nada sozinho. A arte e a cultura não são só a cereja do bolo, são o fermento. A economia criativa cresce nesse trabalho de formiguinha que a gente faz. Sou imensamente grata a cada um que faz parte disso.”
Também envolvida na organização, a diretora Vânia Noronha reforçou o caráter inovador e formativo do evento: A gente abriu com chave de ouro e encerrou com chave de ouro. Todos os anos são especiais, mas este foi particularmente emocionante. A apresentação dos alunos foi uma inovação que precisa continuar. Eles ficaram emocionados, e o público se surpreendeu com o nível técnico. Uma amiga até disse: ‘Se esses são os alunos, quem são os professores?’”
Formação musical e inspiração para novas gerações
O impacto formativo do Festival foi sentido de forma intensa por estudantes de várias regiões do Brasil. Guilherme Carvalho Roque de Oliveira, estudante da UNESP e participante pela primeira vez, destacou: “Participei da oficina da Clarice Assad e das masterclasses com Paulo Bellinati e Chrystian Dozza. Com esse monte de oficina e o contato com outros músicos, a gente aprende muito. Foi uma experiência muito rica.”
Para Geilson Brito, de Indaiatuba, que frequenta o Festival há três anos, a estreia no palco foi significativa: “É uma experiência incrível estar num palco por onde já passaram tantos artistas importantes. Sempre ouvi meus professores falarem do Festival Assad e da família Assad, e agora poder fazer parte disso é muito especial.”
Veterana no Festival, Thayná Brito, de Atibaia, participa desde 2018. Neste ano, ela se apresentou com seu quarteto: “Desde que comecei a vir, sempre olhava para o palco sonhando em tocar ali. Hoje estar aqui me apresentando é mágico, parece o fechamento de um ciclo. É muito, muito especial.”
Leonardo Babolin, estudante do segundo ano de música na UNESP, compartilhou sua impressão sobre a importância das masterclasses: “É uma experiência ímpar. A gente mostra o que trabalhou nas aulas. Mesmo em pouco tempo, os professores dão dicas que mudam tudo. Às vezes, uma fala deles resolve uma dificuldade técnica. É muito enriquecedor.”
Entre os alunos destaques da edição de 2025, um momento singular marcou a trajetória de uma jovem musicista: Esther Bruscato foi a única aluna convidada a subir ao palco ao lado de Clarice Assad, em uma performance que simbolizou o espírito de intercâmbio e inspiração promovido pelo Festival. "Tocar com a Clarice Assad no palco do nosso Theatro foi uma experiência transcendental — uma das mais significativas da minha vida. Interpretar uma das minhas músicas favoritas ao lado de alguém que sempre me encheu de inspiração foi uma honra e uma alegria indescritível", relatou Esther, emocionada.
Programação que encantou o público
A programação de shows do Festival teve início no dia 23 com uma apresentação impactante de Clarice Assad, Badi Assad e Diego de Jesus. No dia 24, André Mehmari e Rafael Cesário encantaram com um repertório delicado para piano e violoncelo. A quarta-feira (25) teve performances marcantes de Daniel Migliavacca com Caíto Marcondes e do violonista Chrystian Dozza.
Na quinta (26), os alunos das oficinas mostraram sua evolução artística com apresentações emocionantes. Na sequência, João Camarero e Aquiles Moraes trouxeram vigor e elegância à música brasileira.
O sábado (27) começou com uma animada roda de choro do Clube de Choro Jorge Assad, com participação de Daniel Migliavacca, e terminou com chave de ouro com o aguardado show de João Bosco, acompanhado por Guto Wirtti no contrabaixo elétrico. Uma performance memorável que consagrou a edição de 2025 como uma das mais especiais da história do Festival.
Além dos shows, o Festival contou com masterclasses de Christian Dozza, André Mehmari, Rafael Cesário e Paulo Bellinati, e oficinas ministradas por Clarice Assad, Daniel Migliavacca, João Camarero e o Clube de Choro Jorge Assad. As atividades reuniram músicos, estudantes e curiosos de todas as idades, reforçando o papel do Festival Assad como um espaço de celebração, formação e renovação da música instrumental brasileira.
PRÓXIMA EDIÇÃO
A próxima edição do Festival Assad já tem data e tema definidos. Em 2026, o homenageado será Cito Assad, com foco especial no pandeiro e nos ritmos brasileiros.
Realizado pelo CLAC – Centro Livre de Arte e Cultura, o Festival é viabilizado pelo ProAC e pela Lei Rouanet, com apoio da Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista. Conta com patrocínio de Bradesco, Big Bom Supermercados, Galvani, Dacota Cabos Elétricos, Paulispell, Big B Batatas, Dra Cherie, Mira, Cimentolândia e Soares de Mello e Valim.
Sobre o Festival Assad – Eleito o melhor festival de música instrumental pelo Prêmio Profissionais da Música 2025, o Festival Assad reúne músicos prestigiados internacionalmente, em apresentações, oficinas e masterclasses gratuitas. Criado em 2012, o evento tem a curadoria da família Assad, conhecida por sua rica tradição musical, e que tem entre seus membros músicos reverenciados mundialmente, como os violonistas clássicos Sérgio e Odair Assad; a cantora, violonista e compositora Badi Assad; e a compositora, pianista e vocalista Clarice Assad.
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HELYDA GOMES PEREIRA DA SILVA
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