Quantas corridas são necessárias para bater a meta do dia? Vale a pena aceitar um trajeto longo por um valor baixo? É possível tomar essas decisões em segundos, enquanto se lida com trânsito, cansaço e pressão por resultados? Essas são algumas das situações simuladas no novo jogo lançado pela GigU, empresa de tecnologia voltada para motoristas de aplicativo.
O jogo, gratuito e online, simula a rotina de Carlinhos, um motorista de app de 25 anos que trabalha em São Paulo: o jogador recebe propostas com distância, valor e destino e precisa decidir se aceita ou não. Tudo em poucos segundos, com a meta de atingir uma renda líquida diária — exatamente como acontece nas ruas. A proposta é estimular o público a enxergar as decisões por trás do que parece ser apenas “aceitar e dirigir”. Afinal, quem não conhece um amigo ou familiar que já trabalhou — ou ao menos pensou em trabalhar — como motorista de aplicativo? Essa ideia já passou pela cabeça de muita gente, talvez até da maioria dos brasileiros. Fica aquela dúvida no ar: “Será que eu também conseguiria?”.
“Queremos mostrar, de forma simples e acessível, como funciona essa dinâmica de trabalho. O jogo ajuda a ilustrar os desafios que estão por trás das escolhas que os motoristas precisam fazer a cada minuto do dia. A GigU nasceu para ajudar esses trabalhadores a tomar decisões melhores e mais seguras com o apoio da tecnologia”, afirma Padro Inada, co-CEO da GigU.
A proposta do jogo ganha ainda mais relevância à luz dos dados da pesquisa “Sua Voz Importa”, conduzida pela GigU com 951 trabalhadores de aplicativos em 2025. O estudo revela um setor marcado por longas jornadas, baixa previsibilidade financeira e pouco suporte por parte das plataformas.
Mais da metade dos entrevistados (50,2%) trabalha mais de oito horas por dia, frequentemente operando em dois ou mais aplicativos simultaneamente. Ainda assim, 74,6% ganham até R$ 2.000 líquidos por mês, e quase metade (49,9%) gasta mais de R$ 1.500 mensais em custos diretos, como combustível, manutenção e alimentação.
Além da baixa rentabilidade, os números mostram um cenário de instabilidade e insegurança:
72,8% já atrasaram ou deixaram de pagar contas básicas;
61,3% não compreendem como funcionam as taxas, bloqueios ou repasses das plataformas;
Mais de 50,2% trabalham mais de 8 horas por dia;
97,4% demandam aumento na remuneração por corrida;
72,7% gostariam que as taxas das plataformas fossem reduzidas, já que 61,3% não compreendem taxas, bloqueios e repasses.
“Os dados mostram que ser motorista de app é lidar com pressão e incerteza o tempo todo. Com o jogo, a gente quer abrir essa conversa — e mostrar que o que parece simples, mas verdade, nem todos conseguem ganhar o jogo da vida real ’’, completa Pedro Inada.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
NOELLE ISIDORO NEVES
[email protected]
.png){kind=logo}