Agricultura sustentável: a maior oportunidade estratégica do Brasil no século XXI
Com clima, biodiversidade e inovação, país pode liderar a transição global rumo a um modelo agrícola regenerativo e de baixo carbono
TATIANA FERRADOR
13/06/2025 14h49 - Atualizado há 16 horas
Brasil Escola
A agricultura brasileira está no centro das discussões sobre mudanças climáticas e sustentabilidade. Com papel fundamental na segurança alimentar global, o setor enfrenta hoje desafios severos, mas também tem diante de si uma chance única de se reposicionar como líder mundial em inovação verde. Segundo a avaliação de especialistas que integraram a equipe de experts convidados pela Ideia Sustentável, empresa especializada em soluções humanizadas de ESG para todos os segmentos do mercado, para desenvolver o estudo Top Trends COP 30 - que analisa as 22 tendências e desafios relacionados com os seus grandes temas que serão debatidos durante a COP 30 - a agricultura sustentável é prioridade máxima. O Top Trends COP 30 foi desenvolvido sob a coordenação de Ricardo Voltolini, CEO da Ideia Sustentável, autor de 12 livros, e mais de 30 anos de atuação em sustentabilidade empresarial. “Nosso propósito é jogar luz ao tema da urgência da mudança climática para uma questão que não atinge apenas o Brasil, mas todos os países, e a sobrevivência de toda a humanidade”, pontua. Para a pesquisadora Luiza Bruscato, a relevância do tema é indiscutível: “Estamos falando de um setor com alto impacto, alta probabilidade de transformação e relevância internacional”. Ela, que é diretora executiva global da RTRS, com 15 anos de experiência em projetos de sustentabilidade, abrangendo os setores público, privado e da sociedade civil, defende uma transição urgente para práticas regenerativas, com uso de tecnologia, agricultura de precisão, sistemas agroflorestais e técnicas como o plantio direto. “O Brasil tem a chance de ser pioneiro e protagonista nessa nova era agrícola”, afirma. Os efeitos das mudanças climáticas já afetam diretamente o campo. O físico e consultor climático de Política Climática do Governo de São Paulo Oswaldo Lucon, alerta para o colapso de sistemas interdependentes: “A poeira do Saara fertiliza a Amazônia, que armazena água e abastece o país. Com o clima em mudança, tudo isso está em risco”. Ele cita quebras de safra, alta de preços e perdas na produtividade como sinais visíveis da crise. “Dizemos que a agricultura é sustentável, mas seguimos dependentes de fertilizantes sintéticos, monocultura e desmatamento”, comenta Lucon quanto ao descompasso entre o discurso internacional e as práticas internas. Para o pesquisador e gerente de advocacy no Centro Brasil no Clima (CBC). Victor Anequini, os impactos da crise climática no setor agrícola são também econômicos e sociais. “A alteração no regime de chuvas compromete a produção e os negócios”. Apesar de o tema ainda não ocupar o centro das negociações internacionais, ele vê a próxima COP30, em Belém, como vitrine ideal para destacar soluções brasileiras. Anequini aposta no potencial de expansão dos sistemas agroflorestais e de integração lavoura-pecuária-floresta. “Esses modelos são resilientes, sustentáveis e ainda pouco explorados, mas podem transformar nossa matriz agrícola”. Nesse cenário, os especialistas indicam algumas oportunidades para que o Brasil se destaque durante a COP30, entre as quais se destacam: - Inovação com identidade brasileira: desenvolvendo e exportando tecnologias sustentáveis, protegendo o patrimônio genético e valorizando a biodiversidade.
- Novos modelos de produção: ampliando sistemas agroflorestais e de integração, diversificando culturas e escalas para mais resiliência e competitividade.
- Eficiência baseada em conhecimento: investindo em pesquisa, reduzir perdas e preservar polinizadores e espécies ameaçadas.
O estudo Top Trends COP 30 tem entre os temas em destaque a Redução das emissões de GEE; a Adaptação às mudanças climáticas; o Financiamento climático; as Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono; a Preservação de florestas e biodiversidade; e a Justiça climática. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Tatiana Ferrador Neix de Brito
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FONTE: Ideia Sustentável