Drenagem: ninguém vê, mas é essencial

Emergência Climática

Renato Nalini
22/08/2025 16h09 - Atualizado há 4 horas

Drenagem: ninguém vê, mas é essencial
Domínio Público
            As emergências climáticas estão à toda. Quem não consegue enxergar que o mundo mudou? E isso por culpa nossa. Durante séculos saqueamos a natureza, dela subtraindo tudo sem nada repor. Esse “supermercado gratuito” resolveu se rebelar. E o faz com fenômenos extremos, como ondas de calor, escassez hídrica e chuvas violentas.

Em janeiro de 2025, a cidade de São Paulo sofreu o terceiro maior volume de chuva de sua história. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram 125,4 mm de precipitação acumulados, que causaram o alagamento de ruas e estações de Metrô, além do desabamento e quedas de árvores ao redor da capital paulista.


Tais eventos, cada vez mais comuns durante o verão brasileiro, consequência das mudanças climáticas mundiais, colocam os sistemas de drenagem da cidade em xeque. Mas o Prefeito Ricardo Nunes investiu mais de oito bilhões em macrodrenagens, microdrenagens, limpeza de córregos, desentupimento de bueiros, ilhas de chuva, alargamento de piscinões, muros de arrimo e contenção.

Isso ajuda a relativizar a impermeabilização do solo, que se intensificou na década de 70, um fator agravante nos problemas de drenagem urbana em São Paulo. É preciso conscientizar todas as pessoas que o descarte errôneo de resíduos sólidos é uma concausa eficiente da situação aflitiva que atinge, prioritariamente, os mais carentes.

É preciso adotar soluções de acordo com a natureza, como a transformação dos piscinões em verdadeiros parques, que possam vir a ser utilizados quando da estiagem. Também é urgente restabelecer a estratégia das “vagas verdes”, ou seja, devolver à natureza aquilo que dela se furtou, mediante destinação de ao menos uma vaga a ser ocupada por veículo, por um jardim de chuva. De preferência, uma pequena floresta urbana.

A Prefeitura faz sua parte. A cidadania também precisa fazer a sua. Mantendo limpa a região próxima à sua casa. Fazendo o descarte correto, de maneira a destinar à produção de biometano, de fertilizantes e de compostagem, aquilo que é orgânico. Ajudando a reciclagem dos demais resíduos.

Preste atenção em sua cidade. Drenagem nem sempre aparece como obra suntuosa. Mas é essencial. Ela salva vidas e garante a sobrevivência das futuras gerações.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.


 

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LUCIANA FELDMAN
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