A série "Adolescência", da Netflix, tem gerado debates intensos ao retratar temas como machismo, misoginia, bullying e a cultura Incel, um universo online onde homens expressam ódio e frustração por não se sentirem "adequados" para relacionamentos amorosos. Segundo o psicólogo Alexander Bez, a produção funciona como um alerta, expondo tudo aquilo que não deveria acontecer no contexto da adolescência atual.
A trama mergulha em um ambiente tóxico, onde a rejeição amorosa e o bullying alimentam um ciclo de ódio e violência. "Há uma intensidade muito grande em tratar a rejeição amorosa através do Incel, que significa ‘Involuntary Celibates’", explica Bez. "Seria o celibatário involuntário, homens que gostariam de se relacionar amorosamente, mas têm dificuldades por não se sentirem adequados", conclui.
A série evidencia como a frustração e esse sentimento de inadequação podem levar à misoginia e ao ódio contra aqueles que não compartilham de suas experiências. "Esse termo surge a partir dessa percepção. É desenvolvido um ódio às mulheres e também aos homens, que não sofrem bullying e também não são rejeitados pelas meninas", afirma o psicólogo.
A influência das redes sociais no comportamento radical desses jovens é um ponto crucial da narrativa. "O Incel é uma situação principalmente motivada pelas redes, impulsionando a ação do ódio através da rejeição. O cyberbullying, em particular, é retratado como um gatilho para depressão, suicídio e até homicídio, impulsionado por um sentimento de vingança pessoal", analisa Bez.
A série não se limita a expor o problema, mas também busca alertar sobre suas consequências. "A mensagem que deveria perdurar após assistir a série é que tudo aquilo não deve acontecer em relação à conduta dada às meninas", ressalta o psicólogo. A produção, ao mesmo tempo em que choca, convida à reflexão sobre a necessidade de combater o ódio online e promover a saúde mental dos jovens.
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MARCIA ROSANE STIVAL
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