A chikungunya, arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, representa um desafio crescente para a saúde pública no Brasil, com um aumento alarmante de casos prováveis em 2025. A distribuição geográfica da doença abrange todo o território nacional, com estados como São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso registrando um número significativo de casos e óbitos. Este cenário evidencia a necessidade urgente de compreender os fatores que impulsionam os surtos e de intensificar as medidas de prevenção em todo o país.
Os sintomas da chikungunya incluem febre, dores intensas nas articulações, dores de cabeça e musculares, além de erupções cutâneas, sendo a dor articular mais intensa e persistente do que a observada na Dengue. Fatores como o clima tropical, a urbanização desordenada, o saneamento precário, a coexistência com outras arboviroses e as mudanças climáticas contribuem para a proliferação do mosquito e a disseminação da doença.
A prevenção da chikungunya requer uma abordagem multifacetada, incluindo o controle vetorial, a participação da comunidade na eliminação de criadouros, políticas públicas eficazes de saneamento e gestão de resíduos, além da conscientização da população sobre os sintomas e formas de prevenção. A união de esforços entre o poder público e a sociedade é essencial para conter a progressão da doença e proteger a saúde pública no Brasil.
A análise da distribuição geográfica dos casos revela que a chikungunya não poupa nenhuma região do Brasil, com todos os estados registrando notificações suspeitas da doença. No entanto, alguns estados têm apresentado um cenário mais crítico. Em São Paulo, por exemplo, os dados das primeiras seis semanas epidemiológicas de 2025 indicam 5.121 casos notificados e 1.064 confirmados, com a capital e algumas regiões do interior concentrando a maior parte das ocorrências. Santa Catarina também enfrenta um surto preocupante, especialmente no município de Xanxerê, onde foram confirmados mais de cem casos e lamentavelmente duas mortes em um curto período. Mato Grosso concentra mais de 80% dos óbitos por chikungunya registrados no país, o que é particularmente grave no que diz respeito à letalidade da doença. Esses dados iniciais de 2025 refletem a dinâmica complexa da doença e a necessidade de estratégias de controle adaptadas a cada realidade regional.
As mudanças climáticas, caracterizadas pelo aumento das temperaturas globais e eventos climáticos extremos, desempenham um papel crucial na disseminação da Chikungunya. O aumento das temperaturas pode expandir a área de ocorrência do Aedes aegypti, como observado em estudos que indicam a presença do mosquito em regiões temperadas durante os meses mais quentes. Eventos de precipitação extrema, como chuvas intensas e inundações, podem criar novos criadouros para o mosquito, além de alterar a dinâmica populacional do vetor. Além dos fatores climáticos, as mudanças sociais também influenciam a emergência e disseminação da Chikungunya.
*Willian Barbosa Sales é biólogo, Doutor em Saúde e Meio Ambiente e coordenador de Pós-Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
[email protected]