IA e o universo Games: tendências
*Por Guilherme Hoppe
PIAR GROUP
25/03/2025 22h51 - Atualizado há 3 dias
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A inteligência artificial é uma realidade que já faz parte e impacta todos os setores da sociedade. Um deles é o de games, segmento que tem crescido exponencialmente nos últimos anos e agora ganha novas possibilidades com as aplicações de IA.
Para ter uma ideia, o mercado de games gerou uma receita de US$187,7 bilhões em 2024, representando um crescimento atual de 2,1%, atingindo 3,42 bilhões em número de players, de acordo com dados de um estudo realizado pela Newzoo.
Ainda que envolto em polêmica, entre artistas e desenvolvedores, o uso de IA no desenvolvimento de jogos tem ampliado nos últimos anos. O design de novos personagens, criação de objetos triviais dos cenários e mesmo a integração com as interfaces pré-programadas, buscando garantir uma simulação de comportamento cada vez mais realista, com interações cada vez mais humanas, comprova a revolução tecnológica que estamos vendo em tantos outros setores, também no mundo dos jogos.
É interessante ressaltarmos as possibilidades de integração da inteligência artificial dentro dos jogos, como novos impulsos para uma revolução tecnológica ainda maior, dando atenção não apenas para os aficionados por games, mas também para o trabalho de artistas de diversas áreas e, como contraponto, há o dilema enfrentado em todos os setores da arte quando começam a se utilizar de IA: qual é o papel da IA, substituir o talento humano ou apoiá-lo?
Se você é um fã de games, já deve saber que há certo tempo muitos os jogos faziam uso dos chamados NPCs (personagens não jogáveis), ou seja, aqueles que seguiam rotinas pré programadas. Agora, por meio de aplicações e soluções de IA, os ‘inimigos’ ou vilões nos jogos já não seguem padrões definidos e conseguem tomar ações adaptativas, ajustando a dificuldade do jogo em tempo real e promovendo uma experiência cada vez mais imersiva.
Podemos ilustrar a experiência de interagir com uma IA integrada ao jogo desenvolvido: os cenários e personagens idealizados e desenvolvidos por artistas, com roteiros e personagens criados por especialistas em narrativas, integrados a uma IA para que possam responder de forma mais humana, interagindo com o jogador, parece ser o cenário ideal para os jogadores em um futuro próximo. Algumas destas soluções já foram postas à prova com títulos antigos, como Skyrim, onde os personagens não jogáveis respondem às perguntas e interações do jogador com naturalidade.
Tendo em vista todos esses pontos positivos listados, não podemos ignorar também os desafios inerentes à aplicação da IA nos games. Alguns deles são a manipulação de jogadores, forçando decisões; privacidade de dados, exigindo cada vez mais transparência; e até mesmo a exploração dos profissionais do setor, que podem ser substituídos indiscriminadamente por soluções de IA, sem garantir o desenvolvimento da cadeia produtiva, da criatividade e da indústria como um todo.
Por fim, ignorar a IA é um erro. Isso porque ela se apresenta como uma importante ferramenta em inúmeros setores da economia e no desenvolvimento de jogos eletrônicos não é diferente. Por isso, nos cabe apenas encontrar pontos que fortaleçam essa indústria e garantam ainda mais espaço criativo para os humanos por trás de cada obra desenvolvida.
Guilherme Hoppe é um profissional com mais de 15 anos de experiência no desenvolvimento de ecossistemas de inovação e na coordenação de ações integradas entre o poder público e a sociedade civil. Após migrar da administração de empresas tradicionais para focar no desenvolvimento de comunidades inovadoras e sustentáveis, coordenou uma agenda estratégica de desenvolvimento municipal por 10 anos no Rio Grande do Sul, resultando na revitalização de instituições, renovação de lideranças, realização de projetos e estruturação de novos instrumentos de governança social. Atualmente é Coordenador de Inovação no Ibrawork, um hub de inovação aberta com foco em smart cities que realiza programas, eventos e competições em diversas áreas, promovendo a internacionalização de startups brasileiras.
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Gabriela Calencautcy
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