Em março, a comunidade médica e científica se vestiu de azul-marinho em celebração à campanha Março Azul-Marinho, uma iniciativa global voltada para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino. Essa é uma doença sorrateira, que demonstra poucos sinais claros de início, mas que, pode ser fatal. Porém, quando descoberta em estágios iniciais, as chances de cura são bastante boas.
Clique no link para conferir uma reportagem, ou assistir a um vídeo, que o Dr. Mauro Jácome concedeu à rádio Itatiaia para tratar o Março Azul-Marinho
Em números recentes, o Brasil tem registrado um aumento preocupante no número de casos de câncer colorretal. De acordo com estimativas do INCA, a cada ano, surgem cerca de 40 mil novos casos dessa doença no país. Em Minas Gerais, esse número não é menor. Dados do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) indicam que o câncer colorretal representa uma grande parte dos diagnósticos de câncer no estado, com destaque para os homens, que têm uma maior incidência dessa doença em comparação às mulheres.
“O câncer colorretal pode se manifestar de forma silenciosa nos estágios iniciais, o que torna a detecção precoce um fator determinante para o sucesso do tratamento. Entre os principais sintomas, estão mudanças no hábito intestinal, como diarreia ou constipação; sangramentos nas fezes; dor abdominal persistente; e perda de peso inexplicada. No entanto, é importante destacar que esses sintomas não indicam, necessariamente, a presença do câncer, mas devem servir de alerta para a necessidade de procurar um médico para avaliação”, esclarece o cirurgião geral Mauro Lúcio Jácome.
O médico, que ainda é especialista em endoscopia e especializado na colocação do balão intragástrico, ainda explica que o diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, como a colonoscopia, que permite a visualização direta do interior do intestino, a detecção de alterações nas mucosas intestinais e a remoção destes tecidos. “A colonoscopia é o exame mais eficaz para a detecção de câncer colorretal, especialmente em pacientes acima de 45 anos. Porém, se há sintomas ou histórico de câncer em familiares mais jovens, a idade para iniciar o rastreio varia de acordo com o caso em questão, podendo ser indicada em pessoas até mais jovens. Ela permite a remoção de pólipos, que podem se transformar em câncer, além de possibilitar a identificação de tumores em estágio inicial, quando o tratamento é mais eficaz”.
O tratamento do câncer colorretal varia de acordo com o estágio da doença, e pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Nos estágios iniciais, a remoção do tumor por meio de cirurgia é o principal método, e a chance de cura é bastante elevada. Para os estágios mais avançados, a quimioterapia e a radioterapia são fundamentais no controle do câncer, visando reduzir o tamanho do tumor e prevenir metástases.
O câncer colorretal afeta diretamente o sistema digestivo, e suas consequências podem ser devastadoras se não tratado de forma adequada. “O câncer de intestino pode afetar a absorção de nutrientes, prejudicar a digestão e até levar a obstruções intestinais. O tratamento, muitas vezes, requer uma intervenção no intestino, podendo exigir a remoção de partes do órgão, o que impacta a qualidade de vida do paciente, especialmente em termos de nutrição e funcionamento intestinal”, acrescenta o Dr.. Mauro.
Além disso, o câncer colorretal pode ter um impacto psicológico significativo no paciente, que pode enfrentar desafios emocionais relacionados ao diagnóstico, ao tratamento e ao risco de metástase. O acompanhamento psicológico, aliado ao tratamento médico, é essencial para garantir a saúde mental e emocional do paciente.
A prevenção do câncer colorretal envolve mudanças no estilo de vida, com a adoção de hábitos mais saudáveis. A prática regular de atividade física, uma dieta rica em fibras, com consumo reduzido de carnes vermelhas e processadas, e a manutenção de um peso saudável são fatores que contribuem para a redução do risco da doença. Além disso, a realização de exames preventivos, como a colonoscopia, a partir dos 50 anos, é uma medida fundamental para a detecção precoce.
“Manter um estilo de vida saudável e realizar os exames preventivos são as melhores formas de prevenir o câncer colorretal. A detecção precoce é a chave para um tratamento eficaz e a chance de cura. Por isso, a campanha Março Azul-Marinho é de extrema importância, pois traz a conscientização sobre a necessidade de cuidarmos da nossa saúde intestinal. É por isso que campanhas como essas são tão importantes”, finaliza o Dr. Mauro Jácome.
O Março Azul-Marinho
A origem da campanha Março Azul-Marinho remonta ao ano de 2009, quando a foi lançada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), com o objetivo de mobilizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer colorretal. A campanha é marcada pela cor azul-marinho, símbolo da luta contra esse tipo de câncer, e busca alertar a população sobre os fatores de risco, os sintomas e a importância da detecção precoce, que pode salvar vidas.
Ainda sobre o azul-marinho, a cor foi escolhida como símbolo da campanha por remeter à profundidade e seriedade da questão, além de estar associada à conscientização de várias doenças relacionadas ao sistema digestivo. A cada ano, a Março Azul-Marinho ganha mais força, com ações de orientação e esclarecimento sobre o câncer colorretal, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é a segunda mais comum no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
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ICARO ALISSON ROSA AMBROSIO
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