A origem das escolas no Brasil decorre da necessidade de ensinar a escrita, a leitura, a matemática e a doutrina religiosa. Contudo, o tempo passou e a escola se modernizou, mas será que ela chegou a oferecer à população a qualidade desejada e a proximidade com os acontecimentos de uma sociedade moderna e contemporânea? Os conhecimentos trabalhados na escola são realmente voltados para o desenvolvimento futuro da sua comunidade?
Um retrato básico do ensino fundamental indica a dificuldade enfrentada pelo nosso país para que isso aconteça. Temos 5.568 municípios e dois distritos, distribuídos em 26 estados, com um total de 121,4 mil escolas, entre públicas e privadas, segundo os dados do INEP (2023). A LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) 9.394/1996 organiza a educação nacional, mas as diferentes realidades indicam caminhos distintos para as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais.
Com base na realidade apresentada é possível compreender a dificuldade de oferecer ensino de qualidade baseado em conhecimentos que auxiliem na compreensão da realidade atual, mas que também permita pensar o futuro da nossa sociedade. No entanto, isso não exime os governantes de colocarem em prática políticas públicas educacionais que visem promover a igualdade entre as escolas nos seguintes aspectos: financeiros, na estrutura física e administrativa, na formação dos seus profissionais (diretores, pedagogos, professores e funcionários) e na participação dos pais e estudantes em sua gestão.
A escola atual necessita de reformulações, mas elas não serão implantadas somente por modificações na legislação. Repensar a escola é um trabalho que deve ser realizado coletivamente pelas Secretarias de Educação sim, mas com base em reformulações legais que tenham a participação efetiva daqueles que vivem a escola, ou seja, seus profissionais e sua comunidade.
Defendo a opção de uma escola diferente, atualizada em seu tempo histórico, mas que valorize sua história. Isso engloba novas metodologias e uso de tecnologias em um trabalho pedagógico progressista, que valorize a participação dos estudantes e tenha como objetivo ensinar com a alegria de quem está formando novos cidadãos. Estudantes estes que irão compreender a realidade que os cerca, o que permite a participação crítica em sua comunidade.
A tarefa não é fácil, muito pelo contrário, mas necessita do enfrentamento dos governantes e das Secretarias de Educação — ação que não prevê a imposição ou posturas autoritárias, mas sim a promoção do amplo processo de reflexão com profissionais e comunidade, para traçar novas formas de pensar. Assim, a escola poderá sair da rotina, promover mudanças e estimular a criatividade, mantendo seus olhos no futuro.
*Marcos Aurélio Silva Soares é mestre em Educação e coordenador de Cursos de Pós-Graduação na área de Educação do Centro Universitário Internacional UNINTER.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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