Ser fluente em inglês pode ser um grande diferencial competitivo no mercado de trabalho. Uma pesquisa do site de empregos Catho apontou que profissionais brasileiros fluentes em inglês podem ganhar até 70% a mais do que alguém sem a habilidade.
No entanto, muitos profissionais ainda enfrentam barreiras para avançar na carreira devido à insegurança ao falar o idioma. Uma recente pesquisa feita pela Opinion Box, encomendada pela Pearson, mostra que 67% dos profissionais brasileiros não se sentem preparados para nortear reuniões em inglês. Além disso, quando perguntados sobre dirigir entrevistas no idioma, 61% responderam que evitam.
Diante desse cenário, Luiz Fernando, professor de inglês e especialista em programação neurolinguística (PNL) e memorização, diz que o medo de errar e a sensação de que é preciso falar perfeitamente o idioma, em muitos casos, impede que o profissional se comunique naturalmente.
“Cerca de 70% dos alunos que nos procuram já têm conhecimento do inglês, mas travam na hora de falar. Isso ocorre porque aprenderam o idioma de forma teórica e nunca desenvolveram a confiança para se comunicar espontaneamente”, comenta.
O professor pontua que a recusa em uma entrevista de emprego ou olhares de reprovação ao errar a pronúncia aumentam o medo: “Isso pode gerar um impacto profundo na sua confiança e na percepção de suas habilidades.” Mas, para ele, transformar os erros em aprendizado pode reduzir o receio e tornar a prática mais descontraída.
Pensando nisso, o especialista em PNL listou algumas dicas para desbloquear este medo:
Praticar a técnica "Daily Self-Talk" (Conversa interna diária)
Segundo o professor, a prática de falar sobre como foi seu dia em inglês por pelo menos 5 minutos ao dia ajuda a reduzir a ansiedade e torna o inglês algo natural, ajudando no receio de falar o idioma em público ou em ambientes corporativos, entrevistas e reuniões. “Pode ser sozinho no espelho, repetindo alguma cena de série ou conversando com alguém”, completou.
Neste momento, o uso de aplicativos para a memorização de vocabulário é um grande auxílio: “Assim, sempre que for conversar com alguém não dará aquele branco ou trava na hora de falar inglês. Adicione palavras e expressões úteis e revise o aplicativo todos os dias criando um hábito, você pode até usar o Anki Flashcards para repetir e falar inglês, fazendo um daily self-talk.”
Treinar simulações de entrevistas reais
De acordo com Luiz, pesquisar sobre as perguntas mais comuns em entrevistas em inglês e respondê-las pode fazer com que o profissional ganhe mais naturalidade na fala. “É importante falar em voz alta para praticar a musculatura facial e a pronúncia”, lembra.
Além disso, se gravar ou falar na frente do espelho enquanto pratica as simulações pode fortalecer a autoconfiança e reduzir a ansiedade.
Utilizar um vocabulário estratégico
A recomendação é aprender termos específicos da sua área e utilizar blocos linguísticos, isso vai ajudar a complementar outros vocabulários com uma maior facilidade e segurança.
“Um exemplo de bloco é o ‘I would like’ (eu gostaria). Pegue esse bloco e acople com outros vocabulários, como: I would like to work here (Eu gostaria de trabalhar aqui) , ou I would like to grow here (Eu gostaria de crescer aqui)”, acrescentou.
Mentalização positiva
Outra dica é praticar as técnicas de visualização e se imaginar falando inglês com confiança. “Pense nos detalhes, imagine-se falando inglês com naturalidade, isso faz com que você se adapte a situação e chegue no momento da entrevista mais preparado e confiante, não desencadeando ansiedade ou nervosismo”, diz Luiz.
Esse exercício ajuda o cérebro a se preparar para situações futuras, o que auxilia na redução da ansiedade e reforça a autoconfiança. “Na programação neurolinguística chamamos isso de ‘Ponte ao Futuro’, uma técnica poderosa para condicionar o seu cérebro, liberando neurotransmissores”, conclui.
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JEANE CONCEICAO DA SILVA
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