18/11/2024 às 15h58min - Atualizada em 20/11/2024 às 00h01min

Ecoansiedade: impactos dos eventos climáticos extremos na saúde mental

Rodrigo Berté*

JULIA ESTEVAM
Rodrigo Leal

Ecoansiedade ou ansiedade climática. Você já ouviu este termo? Esse transtorno tem afetado com mais frequência a saúde mental da população por conta do aumento dos eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, estiagens prolongadas e variações bruscas de temperatura. O termo "ecoansiedade" ou "ansiedade climática" descreve o medo crônico e a angústia em relação às mudanças climáticas e suas consequências. O tema entrou na pauta na reunião da COP 29 (Conferência Mundial do Clima), que acontece em Baku, no Azerbaijão. 

Embora não seja um diagnóstico clínico, a ecoansiedade pode afetar profundamente a vida cotidiana, tornando-se uma questão psiquiátrica para algumas pessoas, em especial para os mais jovens.  

Estudo recente da American Psychology Association destaca que mais de 49% dos entrevistados em todo o mundo responderam ter momentos intensos de ansiedade quando se trata do tema mudanças climáticas. Tudo isso, pode ser agravado pela cobertura midiática e pela sensação de culpa e impotência diante da crise ambiental. Este tema abre uma importante discussão sobre o papel da mídia, da sociedade e das políticas públicas na mitigação dos efeitos da ecoansiedade.  

O quadro psicológico da ecoansiedade está relacionado a uma experiência desagradável, de angústia englobando situações negativas como preocupação e, ao mesmo tempo, a culpa. Um dos entrevistados mencionou a relação de culpa, dizendo que poderíamos frear esses eventos climáticos, se cada cidadão global assumisse uma postura de ética ambiental ou o cuidado com o meio ambiente. A ecoansiedade está relacionada também com o tipo de informação transmitida pela mídia que em alguns momentos é agravada tendo em vista a magnitude de um evento climático.  

Antes uma chuva, uma estiagem prolongada, trovões, raios, frio/calor, que antes eram eventos tidos como naturais, têm levado a uma profunda alteração nas pessoas com impacto direto na saúde mental, causando insônia, sofrimento, depressão entre outras doenças. Torna-se uma questão psiquiátrica quando a preocupação é tanta que afeta a vida cotidiana da pessoa e de seus familiares, e até mesmo das comunidades.  

Exemplo deste sentimento é visto na agricultura. No passado, o produtor esperava a chuva para plantio das sementes ou para garantir o crescimento saudável das, sem qualquer preocupação. Hoje, ao menor sinal de chuva, a expectativa é de uma verdadeira tempestade que pode ganhar outros contornos conforme as informações, com efeitos danosos às plantas. O que antes era uma alegria por ver o solo irrigado e as plantas em crescimento passou a ser um pesadelo, em que a ansiedade toma conta. 

Pelo jeito, os líderes mundiais têm que ir além de cumprir as metas para redução do carbono no mundo.   Devem estar alertas para um mal que começa a surgir, e se não for contido pode causar danos enormes para a humanidade. 

*Rodrigo Berté é Doutor em Meio Ambiente e pró-reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter 


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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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