O setor de móveis planejados e de montagem profissional entrou em 2025 com sinais de fortalecimento, apoiado pela combinação de consumo doméstico, calendário de feiras e a maturidade do e-commerce no país. Indicadores da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL) mostram que a produção moveleira brasileira acumulou alta de 3,8% até maio, sugerindo fôlego para a cadeia, do projeto à instalação.
No calendário de negócios, a Movelsul impulsionou encomendas e prospecções internacionais. Segundo a ApexBrasil, o Projeto Comprador Movelsul 2025 resultou em US$53,1 milhões em acordos fechados e prospectados, com 66 indústrias nacionais e 20 compradores de 11 países, em 635 rodadas de negócios, reforçando a visibilidade do design e da fabricação brasileiros.
Em entrevista à reportagem, Renan Rodrigues, CEO da empresa de Montagem e Planejamento Fix Móveis, afirmou que a instalação técnica consolidou-se como etapa decisiva na percepção de qualidade. “Para 2025, três pontos são críticos: conferência de medidas antes da fabricação, checagem de prumo e nivelamento no dia da montagem e orientação ao cliente sobre manutenção básica. Quando essas etapas são seguidas, reduzimos retrabalhos e elevamos a vida útil do mobiliário”, disse.
Estudos setoriais apontam avanço específico dos planejados. O IEMI relatou crescimento e maior relevância do segmento em 2025, em linha com a busca por soluções sob medida e consumo sob demanda; relatório recente do portal Setor Moveleiro indica que, em 2024, o varejo de planejados somou R$ 20,8 bilhões, alta de 11,1% ano a ano, com preço médio por peça em R$ 585, cenário que embasa a continuidade de projetos em 2025.
A digitalização do consumo mantém papel central na expansão de serviços de montagem. Projeções para o e-commerce no Brasil estimam faturamento de R$234 bilhões em 2025, após R$200 bilhões em 2024, segundo a ABComm, movimento que amplia entregas em domicílio e a necessidade de instalação profissional como parte do pacote de experiência.
Ao mesmo tempo, o varejo de móveis convive com ajustes financeiros. O Grupo Toky, controlador de marcas como Mobly e Tok&Stok, registrou prejuízo no 1º trimestre de 2025, refletindo competição intensa e custos logísticos, embora mantenha publicamente sua agenda de resultados e captações. A leitura do desempenho ajuda a explicar a priorização de margens via serviços agregados, como montagem e planejamento de móveis.
No campo das feiras e da inteligência setorial, entidades divulgaram painéis atualizados para maio e junho, reforçando a importância da leitura de dados de curto prazo para decisões de produção e instalação. Para empresas de montagem, o acompanhamento desses indicadores orienta escalas, contratação e regionalização das equipes.
Com a soma de produção industrial em alta, calendário de negócios aquecido e expansão do comércio eletrônico, 2025 consolida a montagem profissional e o planejamento como elementos estratégicos do ecossistema moveleiro. A expectativa do setor é que a integração entre projeto, fabricação, logística e instalação siga como diferencial competitivo na entrega “chave na mão” ao consumidor.
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Renan Rodrigues de Souza
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