A chegada da primavera no Brasil será marcada por temperaturas acima da média em grande parte do país e previsão de chuvas mais intensas no Sudeste, segundo análise da AtmosMarine.
Os índices climáticos apontam para a ocorrência do fenômeno La Niña. De acordo com a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), a probabilidade de sua manifestação entre outubro e dezembro é de 71%, com tendência de retorno à neutralidade a partir do verão 2025/2026. A análise atual indica que, caso ocorra, o evento será de curta duração e fraca intensidade, o que implica impactos mais brandos e a predominância de outros fatores climáticos e sinóticos no comportamento do clima.
Entre esses fatores, está o Dipolo do Oceano Índico, que deve favorecer a canalização de umidade em direção ao Sudeste, contribuindo para volumes mais expressivos de precipitação na região ao longo da estação.
Outro índice avaliado foi a Oscilação de Madden-Julian (MJO), que até o final de outubro não apresenta evidências claras de influência sobre o regime de chuvas no Brasil. Já o Modo Anular Sul (SAM) oscila em torno da neutralidade, mas com previsão de assumir valores negativos no início de outubro — condição que favorece o avanço de frentes frias e áreas de baixa pressão em direção ao Sul do país.
O quadro geral indica chuvas acima da média no Centro-Oeste, Sudeste e parte da Região Norte. No Sul, a expectativa é de volumes abaixo do normal, enquanto o Nordeste deve registrar precipitações próximas à média histórica. Já o extremo Norte do país pode enfrentar um cenário de anomalia negativa, com chuvas abaixo do esperado. Em relação às temperaturas, os modelos climáticos indicam anomalias positivas mais intensas na Região Norte, mas que devem se estender a todo o território nacional ao longo do trimestre.
“Com essa previsão, é crucial lembrar que a primavera é uma estação de transição, o que torna sua previsibilidade um desafio constante para a meteorologia. Por isso, é fundamental continuar acompanhando as atualizações, pois as condições podem mudar rapidamente, exigindo adaptação em setores-chave como agricultura e energia.”, explica Gabryele de Carvalho, meteorologista da AtmosMarine.
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ERIC REALE FINGER
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