*Por Marcelo Feltrin
Se você, assim como eu, acompanha de perto as principais tendências do setor financeiro, provavelmente já ouviu falar sobre o conceito de Banco Conversacional. E, diferentemente de uma ideia futurista, esse modelo já está em operação, com exemplos concretos no mercado.
Um caso conhecido é o da Magie, primeira assistente financeira de IA 100% via WhatsApp. Através dela, é possível realizar transferências via Pix com foto ou áudio, consultar saldos e até agendar pagamentos de boletos. Outro exemplo é a Jota, uma fintech que atende desde profissionais autônomos até empresas com faturamento de até R$ 100 mil por mês. A plataforma permite pagamentos via Pix e boletos com comandos por voz, imagem ou texto.
Esses são apenas alguns entre muitos exemplos que já estão transformando a experiência financeira. A viabilidade técnica dessas soluções está diretamente relacionada ao avanço de tecnologias como Inteligência Artificial e Processamento de Linguagem Natural (NLP), que permitem que sistemas compreendam perguntas e intenções em uma conversa fluida, quase como se estivéssemos falando com uma pessoa real.
O segmento é amplo e oferece diferentes níveis de sofisticação. Em um extremo, vemos o uso de chatbots para atendimento ao cliente. No outro, bancos e fintechs que operam com interfaces totalmente conversacionais, muitas vezes via WhatsApp. E as possibilidades vão além: essas soluções também podem ser integradas a assistentes de voz, como Amazon Alexa ou Google Assistant, ampliando o leque de canais disponíveis.
As oportunidades são inúmeras. Se fizermos um breve exercício de projeção, é possível imaginar um cenário em que esses recursos tragam ainda mais conveniência para quem vive em grandes centros urbanos. No trânsito de uma cidade como São Paulo, por exemplo, interagir com uma assistente de voz para realizar transações financeiras pode otimizar o tempo e simplificar a rotina. Imagine comandos como:
Naturalmente, todo avanço exige responsabilidade. No caso dos Bancos Conversacionais, a segurança é um ponto central. Garantir que as transações são legítimas e seguras é uma exigência que caminha lado a lado com a inovação. Por isso, à medida que o setor aposta nessas tecnologias, também precisa intensificar os investimentos em cibersegurança e autenticação inteligente.
Finalizo com uma provocação: será que os Bancos Conversacionais vieram para substituir os canais atuais? Ou estaremos diante de um novo ecossistema, com formatos híbridos, complementares e altamente personalizados? Vale lembrar que, apesar das previsões sobre o fim do cheque, em 2024 o Brasil processou quase 140 milhões de cheques, segundo dados da Febraban. Ou seja, hábitos mudam, mas nem sempre desaparecem.
Já refletiu sobre isso?
*Marcelo Feltrin é Head of Financial Services na Luby, consultoria de tecnologia que une talento humano e IA para desenvolver software personalizado
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Renniê Paro
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