Em um momento em que a sustentabilidade se tornou prioridade para o agronegócio brasileiro, a tecnologia dos drones agrícolas tem desempenhado um papel cada vez mais estratégico. A pulverização de precisão realizada por aeronaves não tripuladas ajuda a reduzir o desperdício de insumos, protege recursos naturais e amplia a eficiência das lavouras, conciliando produção em escala com responsabilidade ambiental.
Um dos pontos de destaque é a economia de água. Ao aplicar caldas mais concentradas e calibrar o tamanho das gotas entre 10 e 300 micrômetros, os drones exigem volumes menores de líquido, sem comprometer a eficácia no controle de pragas e doenças. Essa redução no consumo hídrico é especialmente importante em regiões onde a estiagem impõe limitações ao manejo agrícola.
A compactação do solo também é minimizada. Como a aplicação é aérea, não há trânsito de máquinas pesadas dentro da lavoura, o que preserva a estrutura do terreno e favorece o desenvolvimento radicular das plantas. Essa característica tem se mostrado decisiva em culturas perenes, como café e citrus, em que a saúde do solo influencia diretamente a longevidade produtiva.
"Quando pensamos em drones, estamos falando de uma tecnologia que não apenas traz eficiência econômica, mas também contribui para a redução do impacto ambiental. O produtor utiliza menos insumos, de forma mais precisa, e protege o solo, que é substrato essencial para sua produção e permanência na área. Trata-se de um passo importante rumo à agricultura sustentável e de baixo carbono", afirma Victor Gomes Silva, engenheiro agrônomo da Fotus Agro.
A tecnologia também permite que as aplicações sejam realizadas em estágios mais avançados da lavoura, quando equipamentos terrestres já não conseguem entrar sem causar danos às plantas. Esse recurso garante maior flexibilidade no manejo e evita perdas por amassamento das linhas de plantio, além de contribuir para o controle de pragas e doenças que exigem resposta rápida, conforme a janela de aplicação.
Segundo levantamento da Embrapa, práticas de agricultura de precisão, incluindo o uso de drones, podem reduzir em até 15% o impacto ambiental associado à aplicação de defensivos e fertilizantes. Esse dado reforça a relevância de tecnologias que ajudam o Brasil a responder às crescentes exigências de sustentabilidade do mercado internacional, especialmente em commodities como soja e café.
A discussão sobre mudanças climáticas também coloca os drones em evidência. Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que extremos climáticos – como secas prolongadas e chuvas intensas – tendem a afetar diretamente a produtividade agrícola. Tecnologias de precisão tornam-se fundamentais para reduzir vulnerabilidades e otimizar recursos em cenários cada vez mais instáveis.
Nesse sentido, Rodolfo Stanke, Head da Fotus Agro, avalia que o Brasil tem condições de se consolidar como referência mundial em agricultura sustentável. A combinação entre extensão territorial, diversidade de culturas e adoção de soluções digitais, como drones e sensores remotos, pode posicionar o país na liderança da chamada agricultura de baixo carbono, cada vez mais valorizada pelos mercados compradores.
Para ele, a inovação só se consolida quando vem acompanhada de suporte técnico e capacitação. "Nosso objetivo é garantir que o agricultor tenha total domínio sobre a operação e consiga utilizar a tecnologia em favor de uma produção mais sustentável. Por isso, investimos em treinamento de equipes e acompanhamento contínuo após a entrega do equipamento", explica finaliza Stanke.
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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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