Como recuperar a microbiota do couro cabeludo

Cuidados com o cabelo

TV PE
25/09/2025 13h56 - Atualizado há 4 horas

Como recuperar a microbiota do couro cabeludo
Imagem divulgação
 A saúde capilar transcende a questão estética, tendo como ponto de partida o equilíbrio da microbiota do couro cabeludo. Tal como ocorre na flora intestinal, a microbiota do couro cabeludo desempenha papel fundamental na proteção contra agentes patogênicos e na preservação da saúde da pele e dos fios capilares. Quando esse equilíbrio é comprometido, surgem os distúrbios que acometem a saúde capilar.

Apesar de muitas vezes serem vistos como agressivos, os microrganismos fazem parte natural da pele, formando a microbiota cutânea, composta por bactérias, vírus, fungos como os fungos do gênero Malassezia, que compõe 80% da flora fúngica da pele e Demodex, ácaros que podem ser encontrados na pele normal.


A composição desses microrganismos varia conforme a região da pele e é influenciada por fatores internos, como pH, hidratação, temperatura e sebo, bem como por fatores externos, como uso de cosméticos, medicamentos, exposição solar, hábitos de vida.


QUAL É A BACTÉRIA PREDOMINANTE NO COURO CABELUDO?

Os gêneros mais comuns encontrados no couro cabeludo são Staphylococcus spp., Cutibacterium acnes (antiga Propionibacterium acnes). A Staphylococcus epidermidis geralmente possui caráter benéfico, colaborando na proteção contra agentes patogênicos. Por outro lado, o Staphylococcus aureus, quando presente em excesso, pode desencadear inflamações, dermatites e foliculite. Quando equilibradas, essas bactérias não são necessariamente prejudiciais; contudo, seu crescimento descontrolado pode ocasionar problemas capilares. 

O QUE É DISBIOSE NO COURO CABELUDO?
 
A DISBIOSE no couro cabeludo ocorre quando a microbiota entra em desequilíbrio e microrganismos nocivos se proliferam em excesso enquanto os benéficos diminuem.  Normalmente, os microrganismos presentes na pele convivem de forma equilibrada, numa relação de SIMBIOSE. Contudo, determinados fatores podem romper esse equilíbrio, originando a chamada DISBIOSE que corresponde, portanto, à quebra da harmonia entre as diferentes populações que compõem o MICROBIOMA. FATORES DESENCADEANTES:
 
·         Uso excessivo de shampoos com sulfatos fortes (sodium lauryl sulfate e ammonium lauryl sulfate);
·         Uso contínuo de antibióticos ou antifúngicos, seja por administração oral e tópica;
·         Estresse agudo e crônico;
·         Consumo exagerado de gorduras, açúcares, e alimentos processados;
·         Falta de higienização do couro cabeludo;
·         Imunidade baixa.
 
COMO ELIMINAR O DEMODEX NO COURO CABELUDO?
 
O Demodex folliculorum alimentam-se de células mortas e da oleosidade produzida em excesso no couro cabeludo, é um ácaro microscópico, integrante da microbiota normal, é prejudicial quando ocorre uma proliferação descontrolada.  Os tratamentos tópicos para ácaros e desordens associadas apresentam diferentes mecanismos de ação, variando entre eliminação direta dos parasitas, controle da sua população e alívio sintomático.

·  Acaricidas: incluem Ivermectina, Permetrina, Benzoato de Benzila e Enxofre. Atuam diretamente sobre os ácaros, com maior ou menor agressividade cutânea;
·    Agentes anti-inflamatórios e redutores: como Metronidazol e Sulfeto de Selênio, ajudam a controlar inflamação, vermelhidão e densidade dos ácaros, sendo úteis em condições como a rosácea e alterações do couro cabeludo;
·  Agentes esfoliantes e ceratolíticos: Ácido Salicílico favorece a remoção de células mortas e excesso de sebo, reduzindo o ambiente propício para a sobrevivência dos ácaros;
·  Agentes sintomáticos: o Crotamiton associa ação antipruriginosa ao efeito acaricida, proporcionando alívio imediato da coceira;
·       Agente terapêutico natural: óleo essencial de Melaleuca.  É importante diluir em óleo vegetal (Jojoba, Rosa Mosqueta, Semente de Uva) para evitar irritação. O composto ativo mais forte é o terpinen-4-ol.
 
Em casos mais graves, resistentes ou extensos, o profissional médico pode prescrever medicamentos orais para uma ação sistêmica, como:
 
·       Ivermectina: usada em infestações severas, sua ação interna permite alcançar e eliminar ácaros em áreas mais profundas dos folículos capilares que os tratamentos tópicos podem não penetrar totalmente.
·      Metronidazol: pode ser uma opção eficaz para reduzir a densidade de ácaros em casos de demodicose mais intensa e inflamatória, agindo de dentro para fora.
 
COMO ACABAR COM FUNGOS NO COURO CABELUDO?
 
O fungo mais comum nesta região é a Malassezia, que está diretamente relacionada à caspa e à dermatite seborreica. Outros fungos, como os dermatófitos — podem ocasionar micoses (tinea capitis). Tratamentos eficazes incluem:
 
·         Shampoos antifúngicos: contendo Cetoconazol, Ciclopirox, Sulfeto de Selênio ou Zinco Piritiona;
·         Terapia com óleos essenciais: aplicação diluída de óleos essenciais antifúngicos como Melaleuca, Olibano indiano, Palmarosa, Gerânio e Lavanda.
·         Antifúngico oral: em casos graves, a administração oral deve ser realizada sob prescrição dermatológica.
·         Fortalecimento do sistema imunológico: Vitamina D, Curcumina + Piperina, Resveratrol, Quercetina, Vitamina C, Zinco quelado.
·         Dieta equilibrada:  Auxiliam na prevenção de recidivas.
·         Fotobiomodulação: A utilização de luz azul por meio de LEDs possui a capacidade de diminuir a quantidade de fungos presentes no couro cabeludo.

O QUE É A MASSINHA BRANCA QUE SAI DO COURO CABELUDO?
A presença de material esbranquiçado, frequentemente percebido como uma massa ou crosta no couro cabeludo, está frequentemente relacionada a processos inflamatórios e alterações na barreira cutânea. Tal manifestação clínica pode estar associada a:
·         Disbiose do microbioma do couro cabeludo: caracterizada por um desequilíbrio entre bactérias e fungos da flora residente;
·         Produção excessiva de sebo: levando à hiperqueratose folicular;
·         Dermatite seborreica: geralmente vinculada à proliferação de Malassezia spp.;
·         Reações irritativas ou alérgicas: provocadas por cosméticos ou aplicação de tônicos;
·         Inflamações crônicas de baixo grau: prejudicam a homeostase cutânea.

 Dessa forma, a “massinha” ou “formação de crostas” deve ser interpretada não apenas como uma questão estética, mas também como um indicativo de possível disfunção fisiológica ou patológica do couro cabeludo.
É importante procurar um especialista para realizar uma avaliação adequada da saúde do couro cabeludo. Assim como cuidamos da saúde intestinal, também devemos valorizar a “flora invisível” que protege o nosso couro cabeludo — ela representa a chave para cabelos fortes, saudáveis e resistentes.
 
ONDE ENCONTRAR ESPECIALISTA EM QUEDA DE CABELO?
Denise Ferrer - Tricologista em Brasília
Telefone: (61) 99945-0210
CBO/MTE nº 3221-30
Tricologista e terapeuta capilar
Especialista em Cosmetologia e Saúde Integrativa
Membro Oficial da Academia Brasileira de Tricologia – ABT
Consultas: Brasília/DF – São Paulo/SP – ONLINE
 
Edifício de Clínicas - SMHN Quadra 2, SMHN Sala 1006 Bloco A, Brasília - DF, 70710-100
Telefone: (61) 99945-0210
Segunda a sexta-feira das 08 às 17h 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Claudio gomes da silva leite
[email protected]


Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://itaqueraemnoticias.com.br/.