Home office, celular e más posturas: a rotina que está antecipando dores até em jovens

Home office, cadeiras inadequadas e longas jornadas elevam riscos de dores na coluna, ombros e pescoço; especialista explica como evitar o problema com mudanças simples

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
22/09/2025 08h03 - Atualizado há 3 horas

Home office, celular e más posturas: a rotina que está antecipando dores até em jovens
Divulgação

Passar horas sentado tornou-se parte da rotina de milhões de brasileiros, seja no trabalho presencial, no home office ou no uso prolongado de computadores e celulares. Esse comportamento, no entanto, está diretamente associado ao aumento de dores musculoesqueléticas, especialmente na região da coluna, pescoço e ombros.

Um estudo global publicado na BMC Public Health mostrou que trabalhadores que permanecem sentados por mais de quatro horas por dia apresentam risco aumentado de dor lombar, cervical e nos ombros. No Brasil, pesquisas com profissionais de tecnologia em regime remoto apontaram prevalência elevada de dor na coluna, intensificada pela falta de pausas e pela ausência de estrutura ergonômica adequada em casa.

“A dor não deve ser vista como consequência inevitável de uma cadeira ruim ou de jornadas longas. Ela é um alerta de que o corpo pede mudança. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para evitar que a dor se torne crônica e comprometa a qualidade de vida”, afirma a fisioterapeuta Dra. Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas e especialista em reabilitação funcional.

O que acontece no corpo ao ficar sentado demais?

Segundo especialistas, permanecer longos períodos sentado reduz a circulação sanguínea, aumenta a pressão sobre os discos da coluna e gera desequilíbrios musculares. Esse processo explica por que muitas pessoas relatam rigidez, formigamento ou sensação de peso nas costas mesmo após horas de descanso.

“Os músculos precisam de movimento para se manterem saudáveis. Sem isso, criam-se áreas de tensão que, se não tratadas, evoluem para dor crônica ou até problemas mais graves, como hérnias de disco”, complementa Dra. Mariana.

Profissionais de escritório, trabalhadores de tecnologia da informação, motoristas e estudantes estão entre os grupos mais vulneráveis. Mas jovens também não estão imunes: o uso prolongado de celulares e tablets, muitas vezes em posturas inadequadas, têm antecipado queixas antes comuns apenas em adultos.

Mulheres apresentam prevalência ligeiramente maior de dores musculoesqueléticas, segundo o Ministério da Saúde, o que pode estar relacionado a fatores hormonais e sobrecarga em múltiplas jornadas.

Para a Dra. Mariana, sentir dor não deve ser encarado como algo normal. Alguns sinais merecem atenção especial, como a presença de dor ou desconforto frequente no pescoço, ombros ou região lombar após longos períodos sentados. A rigidez que persiste mesmo depois do descanso, acompanhada de formigamento ou dormência em braços e pernas, também indica sobrecarga. Outro ponto de alerta é a dificuldade em manter a postura ereta, com a sensação de estar “afundando” na cadeira, além do sono interrompido ou da dificuldade de relaxar devido à dor persistente.

Soluções simples e acessíveis

Milazzotto recomenda medidas práticas que podem ser aplicadas em qualquer ambiente, inclusive em casa:

  • Levantar-se a cada 30 a 60 minutos para alongar, caminhar ou realizar exercícios leves.
     
  • Ajustar o espaço de trabalho: cadeira com suporte lombar, pés apoiados no chão, monitor na altura dos olhos e braços relaxados.
     
  • Exercícios de alongamento diários para pescoço, ombros e lombar, com atenção a práticas como pilates clínico e ioga.
     
  • Atividade física de baixo impacto: caminhadas, natação ou bicicleta ergométrica ajudam a fortalecer músculos posturais.
     
  • Postura fora do trabalho: evitar inclinar a cabeça ao usar celular, apoiar braços e manter alinhamento ao descansar.
     
  • Sono e estresse: noites bem dormidas e pausas mentais reduzem a tensão muscular e melhoram a resposta ao tratamento.
     

O impacto do sedentarismo vai além do desconforto físico. Ele afeta a produtividade, aumenta os afastamentos do trabalho e compromete a qualidade de vida da população. Para a fisioterapeuta Dra. Mariana Milazzotto, a chave está em reconhecer que a prevenção é mais acessível e eficaz do que lidar com a dor já instalada.

“Pequenas mudanças na rotina, fazem diferença real. O movimento é o melhor remédio contra as dores associadas ao sedentarismo, e a informação é o primeiro passo para transformar essa realidade”, conclui.

Sobre a Dra. Mariana Milazzotto

Fisioterapeuta com quase 20 anos de atuação, mestre em Ciências Médicas e especialista no tratamento clínico do lipedema. Criadora da Jornada Desvendando o Lipedema, programa que forma fisioterapeutas e terapeutas corporais no atendimento a mulheres com diagnóstico confirmado ou suspeita da doença. É referência no Brasil por sua abordagem humanizada e baseada em evidências científicas.


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PAULO NOVAIS PACHECO
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