A crescente adoção de tecnologias inteligentes está redefinindo a forma como as cidades brasileiras são administradas. No centro dessa transformação, o videomonitoramento aliado à análise de dados vem se consolidando como um dos pilares da segurança urbana, ampliando a eficiência das operações e prevenindo incidentes de forma proativa.
Segundo o Panorama 2024/2025 da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o mercado de segurança eletrônica no Brasil alcançou um faturamento médio de R$14 bilhões em 2024, representando um crescimento expressivo de 16,1% em relação ao ano anterior. O avanço reflete não apenas a demanda crescente por soluções tecnológicas, mas também o reconhecimento do papel estratégico que elas desempenham no cotidiano das cidades.
Se antes as câmeras de vigilância eram vistas como ferramentas passivas de registro, hoje elas atuam como sistemas ativos de prevenção. Equipadas com inteligência artificial e algoritmos de reconhecimento de padrões, as centrais de monitoramento conseguem identificar comportamentos suspeitos, acionar equipes em tempo real e gerar relatórios que ajudam a otimizar recursos e estratégias de segurança.
Paralelamente, a análise de dados ganhou protagonismo ao permitir que informações oriundas de múltiplas fontes, como câmeras, sensores de tráfego, iluminação pública e aplicativos de denúncia, sejam integradas para mapear áreas de risco, antecipar problemas e embasar decisões de forma mais assertiva.
Essa combinação tecnológica já apresenta resultados concretos. Cidades que adotaram sistemas integrados registram redução nos índices de criminalidade em áreas monitoradas, maior agilidade na resposta a emergências e melhor gestão de eventos públicos, garantindo segurança e fluidez no trânsito. Além disso, a aplicação de dados inteligentes contribui para eficiência energética, como no acionamento automatizado da iluminação pública apenas quando necessário.
Entretanto, o avanço das cidades inteligentes também traz desafios. A expansão do videomonitoramento e da análise de dados exige atenção à privacidade e à regulamentação do uso dessas informações. Especialistas defendem a construção de um marco legal robusto e transparente, capaz de assegurar que a tecnologia seja utilizada de forma ética e responsável, equilibrando inovação, eficiência e respeito aos direitos individuais.
O cenário brasileiro mostra que segurança e inovação caminham lado a lado. Com um mercado bilionário em expansão e ferramentas cada vez mais sofisticadas, as cidades inteligentes têm potencial para transformar não apenas a segurança, mas toda a experiência urbana. O futuro da gestão das cidades passa pela integração entre tecnologia e responsabilidade, com o objetivo de criar ambientes mais seguros, eficientes e humanos.
* Por Carlos Bastos, Diretor Comercial e Marketing da Agora Distribuidora.
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MARIANA FONSECA GUERRA
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