Água é preciosa e pode faltar

Mudanças Climáticas

Renato Nalini
10/09/2025 06h57 - Atualizado há 4 horas

Água é preciosa e pode faltar
Domínio Público
            São Paulo é a maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo. Para que seus quase treze milhões possam viver nela, há necessidade de zelar pela água. É um líquido essencial à vida. E já não somos os campeões da abastança de água doce. A densificação da cidade, a diminuição de cobertura vegetal, o desperdício, tudo faz com que se vislumbre uma situação bem perigosa: a falta de água para beber.
            Um dos mais respeitados especialistas no tema da saúde, o Professor Paulo Saldiva, se preocupa com isso. Alerta que a redução no abastecimento de água, fruto da alteração climática. Ela altera o regime de chuvas. “Nós temos chuvas muito concentradas, como tivemos no início do ano, de inundações, e depois longos períodos de ressecamento. O nosso sistema de reservação de água não está programado para isso, então a gente está vendo uma crise que se avizinha nos nossos reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo”.
O mais sério é que a diminuição da água torna sua qualidade pior, “porque a gente continua jogando a mesma quantidade de impurezas no reservatório; como diminui o volume, a concentração aumenta. Há também o risco de a água se contaminar ao longo do trajeto, pós-tratamento, uma vez que, quando você faz uma interrupção do fluxo, cai a pressão dentro do sistema de condução e pequenos vazamentos podem fazer com que impurezas no entorno cheguem à água que nós vamos beber depois de reaberto o sistema”.

Além disso, a falta de água faz com que as pessoas a busquem em outros locais, como em poços, que podem estar contaminados por esgotos e fossas. Situação que faz São Paulo experimentar um surto de doenças diarreicas, causadas por microrganismos, vírus ou bactérias que contaminam a água de abastecimento.
Há um remédio: fazer uso mais racional da água, evitando o desperdício e a prática de, por exemplo, lavar a calçada com esguichos. Doutor Saldiva lembra que a água não é um recurso inesgotável e que, ao longo do tempo, transformamos nossos rios em esgoto, “essa água vai se purificar a centenas de quilômetros de São Paulo, e temos que gastar mais dinheiro para fazer e, ao mesmo tempo, existe uma redução dos mananciais de provimento de rio, ocupados tanto por desmatamento legal como também pelo ilegal. Um problema sério, que tende a piorar no futuro.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo.
 

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LUCIANA FELDMAN
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