Dez anos de “Laudato Si”

Mudanças Climáticas

Renato Nalini
09/09/2025 07h59 - Atualizado há 19 horas

Dez anos de “Laudato Si”
Domínio Público
            Em 2015, o Papa ecológico, Jorge Bergoglio, que adotou o nome de Francisco para mostrar a importância do “homem do milênio”, Francisco de Assis, entregava à humanidade a Encíclica “Laudato Si”. “Glória a Vós, Senhor”. Início de uma oração franciscana, daquele que chamava a natureza de irmã, os animais de irmãos, a água de irmã.
            Entregou o texto à humanidade, não aos católicos ou aos cristãos. Foi um apelo a todos os seres racionais que estão se servindo dos recursos naturais de forma insensata. A exaustão do planeta é evidente. A sobrecarga ameaça a sobrevivência neste único e insubstituível habitat.
            Tudo é uma questão mais moral do que biológica. Somos insaciáveis no atendimento de nossas pretensões. Mais do que atender às necessidades vitais, somos pretensiosos, egoístas e consumimos desbragadamente. Isso vai sacrificar o estoque de recursos postos à disposição da humanidade. O prejuízo é atual, mas será muito pior para as futuras gerações.

            O Papa adverte as pessoas quanto ao desperdício. Consumismo, uso inconsequente de tudo o que resulta do trabalho humano. Não existe, para os humanos, o “jogar fora”. Tudo o que se joga no lixo, está no planeta, não fora dele. E os resíduos sólidos, numa cidade como São Paulo, representam oito por cento de todas as emissões dos gases causadores do efeito estufa.
            A “Laudato Si” é um chamado a todas as pessoas de boa vontade. Que se conscientizem de que cada um pode fazer a diferença em relação a tornar o mundo um lugar melhor. Não é responsabilidade exclusiva dos governos, que devem, sim, ter políticas públicas responsáveis. Mas é a população que deve atuar, numa participação ativa como cidadania que ajuda a gerir o interesse coletivo e que tem deveres cívicos, além de direitos.
            A leitura da “Laudato Si” é um bom começo para quem quiser participar dessa cruzada salvífica. É sempre bom enfatizar que não é o planeta que está correndo risco, mas a vida. A Terra poderá continuar sua aventura no espaço cósmico. Porém prescindirá da espécie humana para isso, se o nosso comportamento continuar a persistir na insensatez.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
             
 

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LUCIANA FELDMAN
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