De acordo com levantamento da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), somente os produtores gaúchos acumularam R$106,6 bilhões em prejuízos desde 2020, provocados principalmente por estiagens severas e eventos climáticos extremos.
Para o advogado Leandro Marmo, especialista em Direito do Agronegócio, CEO do escritório João Domingos Advogados, a renegociação de dívidas não representa alívio imediato para quem precisa voltar a produzir.
“Anunciar R$12 bilhões para renegociar dívidas parece grande na manchete, mas é paliativo diante do estrago real. Renegociação não é socorro, é empurrar o problema para frente com mais juros, muitas vezes amarrado a ‘venda casada’ e taxas de mercado que estrangulam o caixa de quem precisa voltar a plantar”, afirma.
O especialista ressalta que a proposta apresentada pelo governo não enfrenta os desafios estruturais do setor. “Se o objetivo é salvar o agro, precisamos de capitalização de verdade, equalização de juros e mecanismos de seguro que paguem rápido, não de maquiagem contábil. Chamar isso de solução é ignorar a dimensão do desastre climático e financeiro no campo. Com esse desenho, o produtor recupera crédito no papel, mas continua sem oxigênio na fazenda”, critica Marmo.
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SUENIA MICHELLE QUEIROZ DANTAS
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