Ilha do Campeche: passado, presente e futuro
*Por Camila Ayroza
EMILLY ANDRADE
03/09/2025 10h46 - Atualizado há 1 dia
Fail Prime
Conhecida por sua beleza com águas cristalinas em tons turquesa e areia branca, a Ilha do Campeche tem aproximadamente 1,6 km de comprimento e 500 metros de largura. Mais do que belas praias, o local também possui a maior concentração de oficinas líticas e gravuras rupestres do litoral brasileiro. Foi justamente por seus atributos paisagísticos e arqueológicos que se tornou um refúgio natural protegido, e desde 2000 é tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Mas, para além do trabalho do IPHAN, a preservação da Ilha do Campeche sempre resultou da união de diferentes entidades articuladas no Programa de Visitação e Conservação da Ilha do Campeche. Esse modelo de governança, estruturado há mais de duas décadas, consolidou iniciativas como o “Projeto Escolas na Ilha do Campeche”, o “Curso de Formação de Monitores”, o Monitoramento da Visitação Pública entre outras ações pioneiras que se tornaram referência em educação patrimonial, conservação e turismo sustentável. Este trabalho conjunto sempre teve como princípio a valorização da cultura e das tradições dos pescadores locais, assim como a exploração responsável do turismo, impondo as limitações necessárias para preservar as riquezas naturais da Ilha do Campeche, usufruindo de todo este paraíso de forma sustentável. Com tantos anos de atuação, e com toda a experiência adquirida durante este período, todas essas entidades são, consequentemente, as principais conhecedoras dos cuidados que precisamos ter para protegê-la. Sendo instituída como Unidade de Conservação, a prefeitura de Florianópolis, por meio da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM), passara passou a integrar a governança da Ilha do Campeche como órgão executor da política ambiental, com base no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, mas atuando em parceria com o IPHAN, que mantém integralmente suas competências sobre o patrimônio cultural tombado da ilha. Ou seja, trata-se de um modelo de gestão compartilhada que amplia e formaliza responsabilidades. Que seja, então, um momento de aprendizado coletivo, que certamente vai exigir comprometimento e integração entre os órgãos envolvidos, além de garantir a participação da sociedade civil. Assim, será possível dar continuidade às ações que já deram certo e avançar a partir das lições aprendidas, fortalecendo e aperfeiçoando o modelo de governança. Que o presente se sirva do passado para que possamos no futuro seguir preservando e desfrutando de tudo o que a Ilha do Campeche nos oferece. Participam do Programa de Visitação e Conservação da Ilha do Campeche: Ministério Público Federal, IPHAN, Instituto Ilha do Campeche (IIC), Associação Couto de Magalhães de Preservação da Ilha do Campeche (ACOMPECHE), Associação de Pescadores Artesanais da Praia da Armação do Pântano do Sul (APAAPS), Associação dos Barqueiros de Transporte da Praia do Campeche (ABTC), Associação das Empresas de Transporte Náutico da Barra da Lagoa (ATBL) e Restaurante Bacalhau. O Programa acontece por meio da divisão de responsabilidades entre essas instituições, que assumem atribuições complementares e contrapartidas — inclusive financeiras — garantindo a continuidade das ações de conservação, visitação e educação patrimonial a fim de salvaguardar e manter a integridade do Patrimônio Nacional. *Camila Ayroza, bióloga, membro do Instituto Ilha do Campeche Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
EMILLY SANTOS DE ANDRADE
[email protected]