Cresce número de brasileiras que se tornam mães após os 40 anos

Dados do IBGE revelam alta de 60% em pouco mais de uma década; obstetra Júlia Alencar explica fatores, riscos e como se preparar para uma gestação saudável nessa fase

SARAH MONTEIRO
01/09/2025 17h45 - Atualizado há 3 horas

Cresce número de brasileiras que se tornam mães após os 40 anos
Divulgação

Entre 2010 e 2022, o número de brasileiras que se tornaram mães após os 40 anos cresceu 60% (59,98%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tendência é nacional, mas em alguns estados o salto foi ainda mais expressivo: Mato Grosso (155,17%), Goiás (127,94%), Espírito Santo (118,24%) e Rondônia (117%) mais do que dobraram seus índices no período.

Para a obstetra Dra. Júlia Alencar (CRM-DF 15418 | RQE 9942), especialista em parto seguro e humanizado, esse movimento reflete uma transformação social importante. “Cada vez mais mulheres adiam a maternidade para consolidar a carreira, buscar estabilidade financeira ou encontrar o parceiro certo. Além disso, os avanços da medicina reprodutiva ampliaram as possibilidades de engravidar em idades mais avançadas”, explica.

Por que as mulheres estão adiando a maternidade
                •             Inserção da mulher no mercado de trabalho e busca por estabilidade financeira.
                •             Decisão de construir primeiro carreira e relacionamentos sólidos.
                •             Avanços médicos como fertilização in vitro e congelamento de óvulos.
                •             Maior acesso a informações sobre saúde reprodutiva e planejamento familiar.

Riscos mais comuns após os 40 anos

Apesar das novas oportunidades, a gravidez após os 40 exige atenção especial. O risco de complicações aumenta, incluindo:
                •             Hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia.
                •             Diabetes gestacional.
                •             Parto prematuro.
                •             Cesarianas mais frequentes.
                •             Aumento das chances de anomalias cromossômicas.

Segundo a Dra. Júlia, isso não significa que a gestação seja inviável. “É perfeitamente possível ter uma gravidez saudável após os 40, desde que haja acompanhamento rigoroso. O pré-natal deve ser diferenciado, com monitoramento contínuo da mãe e do bebê”, afirma.

Exames indispensáveis

Entre os exames recomendados para mulheres que engravidam após os 40 estão:
                •             Avaliação hormonal e da reserva ovariana antes da gestação.
                •             Ultrassonografias seriadas para monitorar o desenvolvimento fetal.
                •             Testes de glicemia e pressão arterial frequentes.
                •             Exames genéticos e rastreamento de anomalias cromossômicas.

Como se preparar para engravidar após os 40
                •             Realizar avaliação médica prévia antes de tentar engravidar.
                •             Adotar uma alimentação equilibrada e suplementação adequada.
                •             Praticar atividade física regular, respeitando orientações médicas.
                •             Controlar condições pré-existentes como hipertensão e diabetes.
                •             Manter acompanhamento contínuo durante toda a gestação.

O olhar humanizado

Para a Dra. Júlia, informação e acolhimento são fundamentais nesse processo. “Cada gestante tem uma história única. Mais do que protocolos médicos, é fundamental escutar, orientar e dar segurança para que a experiência da maternidade seja positiva, independentemente da idade”, reforça a especialista, que realiza atendimentos presenciais e online em Brasília.

O crescimento de gestações tardias mostra que a maternidade no Brasil está passando por transformações importantes. Entre riscos, escolhas e novas possibilidades, os números apontam para um cenário em que cuidado especializado, informação e planejamento serão determinantes para garantir segurança às mulheres e seus bebês.

 

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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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