O turismo brasileiro começa a viver uma virada conceitual. Se antes viajar era apenas consumir destinos, hoje cresce a busca por experiências que ajudem a restaurá-los. Esse é o princípio do turismo regenerativo, tendência mundial que chega com força ao país e aposta em impactos positivos diretos nos territórios visitados. A proposta não é apenas preservar, mas regenerar o que já foi degradado, seja em dimensões ambientais, culturais ou sociais.
Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), práticas regenerativas têm potencial para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao transformar o turista em parte ativa do processo de recuperação de comunidades e ecossistemas.
Do turista espectador ao agente de transformação
Diferente do ecoturismo tradicional, o turismo regenerativo exige envolvimento direto. O visitante deixa de ser apenas espectador e participa de ações como reflorestamento, limpeza de praias, incentivo à cultura local e geração de renda em comunidades tradicionais.
No Brasil, iniciativas já despontam como referências. No Baixo Sul da Bahia, o roteiro “Futuri” conecta 60 projetos de impacto em hospedagens comunitárias, trilhas ecológicas e vivências com povos originários. Outro exemplo é o Ecopackers, com presença no Rio, São Paulo e Bahia, que oferece hospedagem em troca de participação em mutirões ambientais. No Sul Fluminense (RJ), roteiros de base comunitária convidam turistas a colher alimentos, apoiar hortas agroecológicas e integrar ações de reflorestamento.
“Não se trata mais de apenas preservar. É preciso regenerar. O turismo regenerativo é um convite à responsabilidade e à empatia. O viajante deixa de ser passageiro para se tornar protagonista da transformação do território”, afirma a especialista em turismo Santuza Macedo, CEO da Diamond Viagens.
Demanda global e oportunidades locais
O relatório “Tourism for Inclusive Growth” (OMT, 2022) aponta que 73% dos viajantes globais priorizam destinos sustentáveis e 47% estão dispostos a pagar mais por experiências com impacto positivo em comunidades locais. Para especialistas, esse cenário abre espaço para o Brasil consolidar-se como referência em turismo regenerativo, dada a diversidade de ecossistemas e culturas tradicionais do país.
“A ascensão desse modelo mostra que o turista busca mais que lazer: procura pertencimento, propósito e legado. Quem viaja volta transformado — e também deixa transformação por onde passa”, completa Santuza.
Sobre Santuza Macedo:
Santuza Macedo é empreendedora e especialista em turismo e cruzeiros. CEO da Diamond Viagens, possui vasta experiência internacional e atuou em Orlando (EUA), com foco em experiências personalizadas para turistas brasileiros. Hoje, promove roteiros e excursões no Brasil, com destaque para o Sul Fluminense, além de oferecer consultoria para quem deseja ir para Orlando.
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PAULO NOVAIS PACHECO
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