Vergonha e medo de julgamentos impactam a qualidade de vida das pessoas com enxaqueca

CATARINA MARRãO
25/08/2025 10h25 - Atualizado há 10 horas

Vergonha e medo de julgamentos impactam a qualidade de vida das pessoas com enxaqueca
Crédito: divulgação
A falta de informação atrasa o diagnóstico e distancia os pacientes do tratamento
 
São Paulo, agosto de 2025 – De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca acomete mais de 32 milhões de pessoas apenas no Brasil¹. A falta de informação e tabus, como o medo e o preconceito, podem reduzir o acesso dos pacientes ao tratamento adequado. Em média, um indivíduo pode demorar 17,1 anos entre os primeiros sintomas e procura pelo especialista, de acordo com um artigo científico publicado no The Journal of Headache and Pain².

 

Entre as primeiras crises e a consulta com o especialista, as pessoas confundem enxaqueca com uma dor de cabeça comum, sem saber que se trata de uma doença neurológica crônica e incapacitante, que afeta atividades profissionais, sociais e familiares. “A forma grave compromete a execução de atividades do dia a dia. Trata-se de uma condição que pode provocar crises frequentes e duradouras. Apenas o tratamento adequado é capaz de devolver às pessoas a possibilidade de retomar a produtividade”, explica o Dr. Mario Peres, médico neurologista e presidente da Associação Brasileira de Cefaleia em Salvas e Enxaqueca (Abraces).
 

Alguns fatores, entre eles os sociais, distanciam os pacientes do tratamento e devem ser desmistificados, como os relacionados pelo médico neurologista:
 
Desconhecimento e automedicação³
A falta de informação sobre os sintomas e como eles evoluem resultam na ausência de orientação médica e, consequentemente, geram a automedicação, que pode agravar os sintomas e baixas possibilidades de controle da doença.
 
Fatores desencadeantes4
Um dos mitos mais comuns sobre a enxaqueca é a crença de que os chamados 'gatilhos' são os principais responsáveis pelas crises, e que evitá-los seria a melhor forma de prevenção. Embora fatores como estresse, certos alimentos, luz intensa, sono irregular, alterações hormonais e jejum prolongado possam, de fato, favorecer o surgimento das crises, acreditar que apenas identificá-los e evitá-los seja suficiente para prevenir novos episódios é um equívoco. A enxaqueca é uma condição neurológica com base genética, cuja manifestação está relacionada a aspectos físicos, emocionais e ambientais. Por isso, seu tratamento deve ser abrangente e multifatorial.
 
Minimização dos sintomas e da dor5
A enxaqueca é frequentemente reduzida a “apenas uma dor de cabeça” e, principalmente, seus sintomas são negligenciados pela falta de conhecimento de quem está próximo ao paciente. Os indivíduos se veem convivendo com os incômodos físicos ao mesmo tempo em que precisam lidar com suas atividades diárias e com o a percepção dos outros sobre a sua condição.
 
Medo e vergonha de falar sobre o assunto6
A minimização da dor revela outra situação vivenciada pelas pessoas com enxaqueca, que é o medo de julgamentos e de má interpretação, principalmente, no ambiente de trabalho. Desta forma, muitos pacientes evitam o assunto ou afastamentos temporários nas crises mais intensas.
 
Culpabilização e falta de apoio7
As pessoas com enxaqueca lidam com a culpa gerada pela associação da doença com problemas emocionais, como irritabilidade, ansiedade ou nervosismo. O reforço a esses estereótipos aumenta a sensação de incompreensão entre os pacientes e pode causar o isolamento durante as crises e, consequentemente, a demora no diagnóstico e procura por ajuda médica.
A enxaqueca é uma doença que não tem cura, mas tem controle, como destaca Peres. “Os tratamentos garantem às pessoas qualidade de vida, redução de intensidade da dor e do intervalo entre as crises. O acompanhamento adequado devolve ao paciente atividades rotineiras que foram evitadas ou abandonas e, principalmente, garante o alívio dos sintomas e restaura a autoconfiança. A procura pelo atendimento médico é fundamental”, conclui.
 
Sobre a Teva
A Teva Pharmaceutical Industries Ltd. (NYSE e TASE: TEVA) vem desenvolvendo e produzindo medicamentos para melhorar a vida das pessoas há mais de um século. Somos líderes globais em medicamentos genéricos e especializados, com um portfólio composto por mais de 35.000 produtos em quase todas as áreas terapêuticas. Cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo utilizam um medicamento da Teva todos os dias, e são atendidas por uma das maiores e mais complexas cadeias de suprimentos do setor farmacêutico. Juntamente com nossa presença estabelecida em genéricos, temos pesquisas e operações inovadoras significativas que apoiam nosso crescente portfólio de produtos biofarmacêuticos e especializados.
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Sobre a Teva Brasil
No Brasil desde 2006, a Teva oferece um portfólio diversificado de tratamentos, com destaque para especialidades como sistema nervoso central, doenças raras, oncologia e hematologia. As pessoas estão no centro de tudo o que a empresa faz, com iniciativas voltadas ao cuidado humanizado de pacientes, além de ações contínuas de apoio e capacitação dos seus colaboradores.
Saiba mais em www.tevabrasil.com.br.
 
SOBRE A ABRACES
Fundada em 2006, a ABRACES é uma entidade civil, sem fins lucrativos, dedicada a melhoria da qualidade de vida dos que sofrem com cefaleias. Somos uma Associação formada por pacientes e profissionais de saúde que atuam para promover conscientização do impacto pessoal, profissional e socioeconômico causado pelas cefaleia em salvas e enxaqueca, educação de paciente para melhor controlar as dores de cabeça e lutar por melhores políticas públicas e direitos a quem convive com essas cefaleias.
Dores de cabeça são uma das principais causas de incapacidade, falta ao trabalho, e perda da qualidade de vida. Cefaleia tensional e enxaqueca são as duas doenças neurológicas mais prevalentes no mundo, na frente do AVC, Alzheimer e Parkinson. Apesar do enorme impacto, cefaleias recebem pouquíssima atenção das políticas públicas de saúde.
A ABRACES defende o acesso a saúde dos que sofrem com cefaleias. Acreditamos que os que tem cefaleias precisam saber o que tem. A partir disto, sabendo o seu diagnóstico, que possam ter acesso ao tratamento, e que este tratamento seja adequado e resolutivo, e o impacto da doença seja reduzido. Todos precisam estar engajados para que essa cadeia de desafios tenha sucesso.
A medicina avança a cada ano, novas descobertas são divulgadas, novos tratamentos surgem. A ABRACES é uma associação independente que se compromete com a melhor e mais justa implementação de novos tratamentos e o melhor manejo dos recursos. Para isso, articulamos com entidades de vários segmentos da sociedade, agências reguladoras, empresas, associações médicas, poder público, lutando sempre pelo ator principal da cena, o cidadão que sofre na pele com o problema.
Nada mais importante que materializar este nosso compromisso pautado em regras bem definidas, estruturando o nosso código de conduta, ratificando o nosso respeito ao mais alto teor ético, de transparência e independência, para que permaneça a legitimidade e longevidade desta causa nobre.
 
Referências
1 Queiroz LP, Silva Junior AA. The prevalence and impact of headache in Brazil. Headache. 2015;55 Suppl 1:32-38. doi:10.1111/head.12511 2 Peres MFP, Swerts DB, de Oliveira AB, Silva-Neto RP. Migraine patients' journey until a tertiary headache center: an observational study. J Headache Pain. 2019;20(1):88. Published 2019 Aug 15. doi:10.1186/s10194-019-1039-3
3. AGUZZI, A.; VIRGA, C. Uso racional de medicamentos: La automedicación como consecuencia de la publicidad. Arch Venez Farmacol Ter, 2009.
4. VALLE, T.G.M.; MELCHIORI, L.E. (orgs.). Manejo de estresse e outros fatores em diferentes populações adultas. SciELO Livros.
5. PARKER, R. Interseções entre Estigma, Preconceito e Discriminação na Saúde Pública Mundial. SciELO Livros.
6. OROZCO MORENO, Z.L. et al. Evaluación de riesgos psicosociales en el lugar de trabajo y su impacto en la salud mental de los empleados. Rev InveCom, 2025.
7. FROSSARD, A.G.S. et al. Dor social e serviço social no contexto brasileiro. SciELO Preprints.
 
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