O uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes ou pods, cresce de forma alarmante entre adolescentes e jovens adultos no Brasil. A popularidade do dispositivo, vendido em diversos formatos e sabores, preocupa especialistas, que alertam para riscos graves à saúde e para o aumento da dependência química.
“Sem dúvida nenhuma aumentou muito o número de consumo de vapes pelos jovens. Isso tem algumas explicações: é aceito socialmente, virou moda, não dá cheiro, pode levar a qualquer lugar e tem as essências, com vários sabores e agradáveis ao paladar”, afirma o Dr. Luiz Lacerda, pneumologista do Hospital São José. Segundo o médico, o apelo visual e temático, com modelos até de super-heróis e personagens da cultura pop, também estimula o consumo.
Segundo pesquisa da Unifesp divulgada neste ano, um em cada 9 adolescentes afirma usar o cigarro eletrônico no Brasil. O mesmo levantamento mostra que a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional.
Sobre os riscos, o Dr. Luiz lembra que o dispositivo não é inofensivo: “O vape também tem nicotina, que aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial e causa reação inflamatória vascular. Isso pode levar a doença coronariana e até o óbito. Além disso, contém metais pesados como chumbo, níquel e cromo, substâncias que já foram detectadas no sangue e urina de usuários”.
Inclusive a nicotina dos pods pode ser muito mais concentrada que no cigarro comum. A depender do modelo, um vape pode equivaler a mil cigarros, ou 50 maços. A sensação, no entanto, é de fumar muito menos, logo, a dependência pode ser maior e mais rápida.
Embora tenha menos metais pesados que o cigarro tradicional, os efeitos a longo prazo dos cigarros eletrônicos ainda são desconhecidos e podem ser muito piores do que as pessoas pensam. “De uma maneira geral, o vape acaba sendo um pouco menos nocivo em relação às substâncias presentes, mas ninguém sabe a longo prazo os efeitos, por exemplo, da vaporização dos líquidos dessas essências. Então, provavelmente, o futuro vai mostrar que não é melhor. É tão ruim quanto”, conclui o pneumologista do Hospital São José.
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BERNARDO DE QUADROS BRUNO
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