O envelhecimento da população brasileira está transformando o panorama das doenças oftalmológicas, tornando a catarata uma das principais preocupações no âmbito da saúde pública. Nesta conjuntura, os especialistas da Sociedade Catarinense de Oftalmologia (SCO) sublinham a necessidade de incorporar o cuidado com a visão ao debate sobre qualidade de vida na terceira idade.
A catarata, caracterizada pela opacificação progressiva do cristalino, segue como a principal causa de perda visual reversível no mundo. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 65 milhões de pessoas vivem com deficiência visual severa causada pela doença, que é responsável por aproximadamente metade dos casos de cegueira global. No Brasil, a prevalência da catarata cresce de forma acentuada com o envelhecimento. Estudos apontam que mais de 30% das pessoas com 60 anos ou mais apresentam algum grau da doença. Esse índice sobe para cerca de 33,9% entre os idosos de 65 a 74 anos e alcança aproximadamente 55,5% entre aqueles com mais de 75 anos, refletindo o impacto direto do envelhecimento sobre a saúde ocular.
O Dr. André Frutuoso, presidente da Sociedade Catarinense de Oftalmologia, contextualiza a situação regional: “O aumento expressivo da proporção de idosos em nosso estado está resultando em um volume crescente de casos de catarata. Este cenário evidencia o papel central dos exames preventivos, que viabilizam o diagnóstico oportuno e ampliam as chances de um tratamento cirúrgico bem-sucedido.”
As estatísticas demográficas vão ao encontro da análise do especialista. Dados do IBGE estimam que, em 2022, o segmento de catarinenses acima de 60 anos já representava 15,5% da população estadual, compondo um contingente de mais de 1,1 milhão de pessoas. Em resposta a esse desafio, a SCO reforça que a cirurgia de catarata representa intervenção eficiente, com alto índice de sucesso e rápida recuperação. A entidade recomenda a promoção de campanhas de conscientização e a ampliação de políticas públicas voltadas à saúde ocular.
“A perda visual imposta pela catarata ultrapassa questões clínicas: compromete a independência do indivíduo e, muitas vezes, impacta famílias inteiras. É fundamental que a sociedade e o poder público compreendam a importância do problema para avançarmos em direção a uma velhice mais ativa e saudável”, afirma Dr. Frutuoso. Em meio ao aumento da longevidade brasileira, a cirurgia de catarata aponta para uma solução não apenas clínica, mas também devolve a dignidade e qualidade de vida a milhares de idosos do país.
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FABIANA HENRIQUE
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